Aeródromo Municipal de Ponte de Sor. Foto: DR

O Aeródromo Municipal de Ponte de Sor vai acolher a produção da primeira aeronave ligeira integralmente feita em Portugal, cujo primeiro protótipo deverá estar concluído em 2023.

É oficial! O Aeródromo Municipal de Ponte de Sor vai acolher uma fábrica para a produção de aeronaves ligeiras, o que pode significar entre 600 a 800 postos de trabalho, disse hoje ao mediotejo.net o presidente da Câmara Municipal de Ponte de Sor, Hugo Hilário, sem quantificar o número certo mas garantindo que “andará por esta ordem de grandeza”.

A fábrica que vai ser construída no Aeródromo Municipal de Ponte de Sor está integrada no Programa ATL-100, o primeiro programa aeronáutico completo de Portugal e que envolve o CEiiA – Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto e a empresa brasileira DESAER, fundada por antigos quadros da construtora aeronáutica Embraer, também do Brasil.

O que confirma a novidade anunciada em outubro de 2020, na Portugal Air Summit, precisamente em Ponte de Sor, relativamente à produção da primeira aeronave ligeira integralmente feita em Portugal, cujo primeiro protótipo deverá estar concluído em 2023.

Na ocasião, o presidente Hugo Hilário, dizia ao nosso jornal que “a parte da industrialização da aeronave será em Ponte de Sor, devido às condições do aeródromo”. A informação tornada pública na Portugal Air Summit explicava que a parte da engenharia seria desenvolvida em outras regiões do Alentejo, nomeadamente Évora e Beja. Agora, a localização da fábrica foi oficialmente confirmada.

No total, este projeto vai criar 1200 postos de trabalho, que serão então repartidos pelo centro de engenharia que este programa está a desenvolver no Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia, em Évora. “Sendo a fábrica em Ponte de Sor a maior parte será aqui” indicou.

A 25 de setembro de 2020 foi apresentado, em Évora, o primeiro programa aeronáutico completo de Portugal, o ATL-100, que irá desenvolver, fabricar e operar uma nova aeronave ligeira, numa parceria entre o CEiiA – Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto, e a empresa brasileira DESAER, tendo sido anunciado que a previsão para a comercialização do primeiro avião seria “no final de 2025 ou início de 2026”.

O programa, que prevê o envolvimento de “mais de 30 empresas e universidades nacionais e internacionais, nomeadamente ligadas aos programas como o MIT”, envolve um investimento global estimado na ordem dos “164 milhões de dólares”, ou seja, à volta de 140 milhões de euros, afirmou na altura ao jornalistas Miguel Braga, diretor do CeiiA.

Este investimento conta com financiamento de fundos comunitários, nomeadamente através do programa operacional regional Alentejo 2020, “mas a grande fatia” do montante “vai ser assegurada pela DESAER e pelo CEiiA e, numa segunda linha, por investidores”, sobretudo internacionais.

A ATL-100 é uma aeronave “de transporte leve, para operar em pistas com condições não muito exigentes, com um alcance de 1.600 quilómetros”, e que poderá “transportar até 19 passageiros”, mas que “em duas horas pode ser transformada”, passando para carga ou vice-versa, sendo “uma alternativa para zonas menos desenvolvidas do ponto de vista de infraestruturas, em África ou na América do Sul”.

A sua formação é jurídica mas, por sorte, o jornalismo caiu-lhe no colo há mais de 20 anos e nunca mais o largou. É normal ser do contra, talvez também por isso tenha um caminho feito ao contrário: iniciação no nacional, quem sabe terminar no regional. Começou na rádio TSF, depois passou para o Diário de Notícias, uma década mais tarde apostou na economia de Macau como ponte de Portugal para a China. Após uma vida inteira na capital, regressou em 2015 a Abrantes. Gosta de viver no campo, quer para a filha a qualidade de vida da ruralidade e se for possível dedicar-se a contar histórias.

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