Estádio Municipal de Abrantes. Foto: DR

A proposta de solução para o reinício da I e II Ligas de futebol apresentada hoje pelas associações de Aveiro, Coimbra, Leiria e Santarém defende a utilização de seis estádios na região centro, disse à Lusa fonte dos proponentes. Estas quatro associações distritais, às quais, entretanto, se juntou a de Viseu, disponibilizaram instalações para disputar os 180 jogos que faltam disputar das competições profissionais nos estádios de Leiria, Aveiro, Coimbra, Abrantes, Rio Maior e Tondela, acrescentou outra fonte das estruturas regionais.

A fonte dos proponentes contactada pela Lusa ressalvou que “esta é uma proposta de solução complementar para a disputa dos jogos, caso seja impossível a sua realização nos recintos dos clubes”, tendo em vista um eventual reinicio das competições devido à pandemia de covid-19.

Os dois principais escalões do futebol nacional foram suspensos em 12 de março, após 24 das 34 jornadas – com o FC Porto na liderança da I Liga, com um ponto de vantagem sobre o campeão Benfica –, bem como a Taça de Portugal, que tem Benfica e FC Porto como finalistas.

As associações de futebol da região centro anunciaram hoje a disponibilidade para acolher os jogos destas competições, por forma a limitar as deslocações das equipas e beneficiando da disponibilidade hoteleira, nomeadamente de Fátima e Coimbra, assim como de unidades de saúde e rede viária.

Durante a tarde de hoje, o primeiro-ministro António Costa reunia-se com os presidentes da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, da Liga de clubes, Pedro Proença, do Sporting, Frederico Varandas, FC Porto, Pinto da Costa, e Benfica, Luís Filipe Vieira, para avaliar as condições de um eventual regresso do futebol em ambiente de covid-19.

Regresso do futebol só com base em fundamentos técnicos de saúde – Costa

O primeiro-ministro salientou hoje que a retoma das competições de futebol terá de ser sustentada “em fundamentos técnicos de saúde” por causa da covid-19, avisando que não se poderão correr riscos que coloquem em causa atletas e adeptos.
Esta mensagem foi transmitida por António Costa na sua conta pessoal da rede social Instagram, depois de ter recebido em São Bento os presidentes da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, Pedro Proença, do Sporting, Frederico Varandas, do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, e do Benfica, Luís Filipe Vieira.
Segundo o primeiro-ministro, nesta reunião, em que foram analisadas as condições para um regresso das competições profissionais de futebol, houve “uma discussão franca e aberta”.
“A retoma das competições de futebol, quando for decidida, terá de ser sustentada em fundamentos técnicos de saúde. Não podemos correr riscos que ponham em causa a saúde nem dos atletas nem dos adeptos”, advertiu o líder do executivo.
Na sua mensagem, o primeiro-ministro fez também uma referência à importância do futebol na sociedade portuguesa.
“O futebol, quer queiramos quer não, é mesmo o desporto rei. A vontade que sentimos de voltar a assistir ao vivo a um jogo de futebol e de vibrarmos com os golos da nossa seleção é imensa. Sendo essa, acredito, a nossa vontade coletiva, essa decisão não pode ser emocional nem tomada de impulso”, insistiu.
A reunião, que juntou na mesma sala Pinto da Costa, Luís Filipe Vieira e Frederico Varandas, teve como tema central a “análise aos termos em que pode ser efetuada a retoma dos campeonatos profissionais e o levantamento de restrições na área do desporto”.
No que se refere ao regresso das competições de futebol profissional, a Liga Portuguesa de Futebol defende que os clubes deve garantir a higienização nos estádios após a retoma das competições e que à FPF cabe a responsabilidade por testes à covid-19 nas equipas de arbitragem.
Num esboço sobre a retoma progressiva à competição elaborado pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), a que a agência Lusa teve acesso, refere-se que o regresso da I e II Liga estará sempre “dependente das indicações das entidades oficiais”, prevendo-se também um conjunto de regras que os clubes devem cumprir, como a higienização de “todos os espaços” e a disponibilização de desinfetante nos balneários.
Quanto à segurança ao jogo, o documento prevê que os efetivos da segurança pública e da segurança privada a circularem na zona técnica seja “em número reduzido”, mantendo o distanciamento social e uso obrigatório de máscara ou viseira.
Durante os jogos, as tribunas presidenciais deverão ter um número máximo de cinco elementos, “com distanciamento social e uso de equipamento de proteção, nomeadamente máscaras, luvas e desinfetantes”.
Também os apanha-bolas devem estar munidos de máscara e manter uma distância mínima entre si, devendo desinfetar as mãos antes, ao intervalo e no final do jogo. As bolas que saem do estádio apenas podem ser utilizadas depois de desinfetadas.
A principal prova do calendário nacional, cuja ronda 24 terminou em 08 de março, não tem, para já, data de regresso, sendo que está suspensa indefinidamente.
Já a 24.ª jornada da II Liga terminou em 09 de março e desde então a prova também está suspensa.

Agência de Notícias de Portugal

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *