A Palha de Abrantes – Associação de Desenvolvimento Cultural, cumpre este ano 25 anos em atividade contínua e na quinta-feira, dia 23 de julho, assinalou o quarto de século de existência. Um “momento difícil” que a instituição atravessa, por força da pandemia, tendo o momento de celebração contado com a presença da cantora brasileira Daniela, que cantou à capela.
A atual presidente da direção da Palha de Abrantes, Lurdes Martins, no final da apresentação da 35ª edição da revista ‘Zahara’ deu conta da vontade de comemorar o aniversário da coletividade, mesmo que de forma muito simples.
“Já nos 20 anos quereríamos ter celebrado de uma forma grande mas implica custos que para nós são difíceis. Esperámos pelos 25 anos e não pode acontecer”, devido ao contexto de pandemia que atravessamos”, disse Lurdes Martins.
Lurdes Martins integra a Associação Cultural “não desde o inicio mas quase. É uma Associação que já nos deu, a mim principalmente, muito contentamento, muita arrelia, muita dificuldade. Efetivamente manter uma Associação 25 anos com projetos que têm 18 anos, é muito difícil mas é sobretudo muito importante”.
A presidente da Associação considera a revista ‘Zahara’ “um dos projetos dentro da Palha Abrantes que tem um significado maior, mas não é o único. Porque 18 anos é também a idade do Espalhafitas, o cineclube. Dento do Espalhafitas também fazemos história porque fazemos pequenos filmes, pequenos documentários, pequenos registos. Neste momento estamos a fazer um registo de um senhor com quase 90 anos. Espero poder apresentar este documentário em breve na sala de cinema disponível. Temos 16 anos de Animaio, de trabalho com crianças, com professores, com pais, com toda a comunidade. 16 anos de presença de filmes em todos os festivais nacionais e internacionais com prémios e o último foi apenas o melhor prémio que podíamos ter tido em Portugal: o melhor filme na categoria Escolas”.
Lurdes Martins manifestou-se “contente que a Zahara tenha companhia nestes projetos com maturidade, tenho muito orgulho enquanto membro da Palha de Abrantes poder levar Abrantes no nome da Associação e de Abrantes como cidade que me acolheu e que escolhi para viver e que dela, nela e para ela faço imenso e partilho a minha vida”, disse, agradecendo o “reconhecimento” do público presente.
Para uma celebração “mínima” a Associação chamou “uma amiga que veio do outro lado do Atlântico mas que fala português. Vai cantar. Não veio acompanhada com os músicos porque estamos a evitar que as pessoas circulem entre cidades e locais mas ficará para uma próxima”, garantiu Lurdes. E Daniela cantou à capela do alto de uma janela do espaço Sr. Chiado, em Abrantes.
A Palha de Abrantes nasceu em junho de 1995 pelas mãos do professor de filosofia José Eduardo Alves Jana numa altura em que, segundo o próprio refere no texto que escreveu para a revista ‘Zahara’ nº 35 (julho 2020), “ em 1995 o ambiente cultural em Abrantes era muito pobre”.
“Quase nada fazia viver a vida da cidade. Em termos culturais, que me lembre, apenas o Orfeão de Abrantes mantinha os seus esporádicos concertos. Era um tempo morto. Por isso um grupo de cidadãos reuniu-se e pensou que era urgente fazer alguma coisa”. Já lá vão 25 anos.