O movimento ALTERNATIVAcom informa em comunicado que aguarda o resultado do prometido apuramento de responsabilidades no que toca a “uma sucessão de informações contraditórias no seguimento da inclusão de Abrantes na lista de concelhos com risco muito elevado de contágio para covid-19” e insta “o presidente da Câmara Municipal de Abrantes a regularizar o relacionamento institucional com a delegada de Saúde Pública do Médio Tejo, a identificar junto desta os reais motivos e consequências dos erros reconhecidos (e outros que porventura não tenham sido detetados) e a assegurar-se de que os mesmos não voltarão a ocorrer”.
O comunicado surge na sequência do “anúncio governamental” e dos munícipes se aperceberem que “a classificação atribuída a Abrantes não correspondia aos números que vinham sendo divulgados pela delegada de Saúde Pública do Médio Tejo (93 em vez dos reais 203 casos, ou seja, menos 110)”.
O movimento de independentes, liderado por Vasco Damas, lembra que “o presidente da Câmara Municipal de Abrantes emitiu ao final da tarde um comunicado em que também manifestou ‘surpresa’ com o facto, tendo revelado que ‘entrou em contato com as entidades de saúde e com o Governo para expressar discordância relativamente a esta decisão’ e para exigir que ‘sejam prestados esclarecimento adicionais’, lê-se no mesmo documento.
E acrescenta que “cerca de três horas depois, na sequência de notícias publicadas pela imprensa local, o edil emitiu novo comunicado afirmando que, afinal, ‘o número de infetados ativos no concelho foram mal contabilizados nas últimas semanas pela delegada de saúde local da DGS’, acrescentando que ‘infelizmente é uma situação à qual a Câmara Municipal de Abrantes era alheia e sobre a qual já pediu o apuramento de responsabilidades’.
O movimento ALTERNATIVAcom afirma apoiar “a decisão de se apurar responsabilidades e, com o intuito de facilitar o processo”, questiona o executivo de maioria PS para “que sejam respondidas aos cidadãos com a maior brevidade possível: Quais as verdadeiras, profundas e exatas razões que explicam o ‘registo deficiente’, as ‘notificações laboratoriais de casos antigos’ e os ‘casos não contabilizados diariamente’, referidos pela delegada de Saúde Pública do Médio Tejo? Como puderam esses erros acontecer?”.
Pergunta ainda através do comunicado “Que relacionamento existe entre a Câmara Municipal de Abrantes e a autoridade local de Saúde Pública? Por que razão o presidente da Câmara não articulou com esta entidade antes de emitir o primeiro comunicado? Como se explica que não tenham sido dados os devidos esclarecimentos ao presidente da Câmara Municipal de Abrantes quando contatou as entidades de saúde e o Governo, designadamente quando o edil expressa a sua discordância relativamente à decisão tomada”.
Por outro lado, questiona ainda sobre “o que levou à publicação precipitada do primeiro comunicado (inclusive com uma redação descuidada), sem que tivesse sido esgotada a averiguação do problema, nomeadamente junto da delegada de Saúde Pública do Médio Tejo? Que efetivo conhecimento e controlo tem a autarquia de Abrantes sobre a evolução da pandemia de covid-19 no município”, continua, perguntando ainda “como foi possível criar falsas expetativas junto dos cidadãos e, em particular, dos pequenos comerciantes e empresários afetados pela falta de clientes e pelo encerramento dos seus estabelecimentos?”.
Por fim, o movimento, candidato às eleições autárquicas de 2021, pergunta “como se pode afirmar com credibilidade que ‘Estamos a defender a nossa comunidade’ quando são patentes, pelos vistos há bastante tempo, todas estas debilidades? Que aderência têm estas palavras à realidade?”, conclui.