Complexo Cultural da Levada, em Tomar. Foto: Nuno Miguel Queiroz

O projeto funcional e a identidade gráfica concebido para o Complexo Cultural da Levada de Tomar foi já dado a conhecer ao público, um projeto que, de acordo com a presidente da autarquia, Anabela Freitas (PS), reúne as condições para ser um pólo de atracção turística nacional, passando agora a ser designado como CCCLT – Centro Cultural da Levada de Tomar.

Foram muitos os tomarenses que se deslocaram ao Moinho da Ordem, local desta sessão pública –  inserida no âmbito dos “Dias de Thomar”, celebrações enquadradas no programa do 1 de março, dia da Cidade – para ficarem a perceber melhor o que se pretende neste espaço cultural onde, no séc. XX, funcionou o grupo industrial Mendes Godinho.

Herdeiro de uma tradição pré-industrial que remonta à época templária, o local teve sempre um papel determinante no desenvolvimento local, desde os antigos moinhos e lagares até à central fez de Tomar uma das primeiras cidades portuguesas a terem iluminação pública elétrica. Já no século XX, foi um ex-libris do maior grupo industrial do concelho, Mendes Godinho.

Recuperado arquitetonicamente, através de projeto de requalificação e reabilitação da responsabilidade do atelier do arquiteto Chuva Gomes, foram agora definidas as suas áreas vocacionais, enquanto espaço patrimonial profundamente ligado às vivências da comunidade local, com vista à sua implementação.

O projecto tem estado a ser desenvolvido pelo Município em parceria com o Instituto Politécnico de Tomar, sendo que nesta sessão, Anabela Freitas, presidente da autarquia, e Eugénio de Almeida, presidente do IPT, fizeram o enquadramento do mesmo, enfatizando a importância do Complexo e a mais-valia da colaboração entre estas duas entidades.

Anabela Freitas e Eugénio de Almeida, enquadraram no início da sessão, enfatizando a importância do Complexo e a mais-valia da colaboração entre as duas entidades Foto: mediotejo.net

Eugénio de Almeida referiu que a iniciativa de dinamizar o Complexo da Levada partiu da Câmara Municipal, sendo que foi constituída para o desenvolvimento específico deste projecto, uma equipa técnica composta por docentes e professores. “Considero que é um projecto estruturante para a dinâmica sócio-económico da cidade de Tomar e apraz-me ver que será de implementação a curto prazo”, disse, manifestando satisfação por esta cooperação mais visível entre a autarquia e o IPT.

“Hoje iniciámos os Dias de Thomar mas também hoje entra no nosso léxico uma nova palavra CCLT – Centro Cultural da Levada de Tomar. Temos condições para nos afirmar como um pólo de atracção a nível nacional, não só da nossa história industrial como à história de Portugal e aquilo que aqui criamos, em conjunto com o IPT, permite isso mesmo”, referiu Anabela Freitas, salientando a parceria estruturante que foi estabelecida com o IPT e que será para ser replicada em outros projectos.

Patrícia Romão e Andreia Pardal, por parte da autarquia deram a conhecer as linhas base do projeto funcional daquele espaço Foto: mediotejo.net

Patrícia Romão e Andreia Pardal, por parte da autarquia, e João Pinto Coelho, do IPT, deram a conhecer as linhas base do projeto funcional daquele espaço. Em traços gerais, vão ser desenvolvidos espaços com as áreas temáticas específicas tais como: A História de Tomar, abrangendo o território, os aspetos económicos, naturais, sociais, políticos e culturais; o sítio da Levada, o açude dos Frades e a sua envolvente; o rio Nabão como força motriz e a história da indústria a ele associada, nomeadamente a hidráulica (açudes, comportas e canais), a produção de azeite, a metalurgia (Fundição Tomarense), a produção de eletricidade (Central Elétrica) e a transformação moageira (Moinho da Ordem, moagens A Nabantina e A Portuguesa).

Foram muitos os tomarenses que se deslocaram ao Moinho da Ordem, local desta sessão pública –  inserida no âmbito dos “Dias de Thomar” Foto: mediotejo.net

Este projeto contou com a colaboração de vários parceiros: a Fundação EDP (mecenas), a Tonera – Metalomecânica, Lda. (apoio técnico), a Associação Memorial Mendes Godinho (que colaborou na recolha de informação e testemunhos dos antigos trabalhadores) e a Archeofactu (empresa responsável pela intervenção de conservação e restauro dos conjuntos geradores de energia).

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *