A expressão dos resultados eleitorais do último domingo traduz uma mensagem bem clara aos eleitos e aos partidos Políticos que cabe a todos saber aceitar e interpretar.

Após quatros anos de governação o povo votou e decidiu que a Coligação PSD/CDS devia continuar a governar, a gerir os destinos da nação, decidiu que Pedro Passos Coelho deveria continuar a ser o Primeiro Ministro e que a solução PSD/CDS era aquela que unia a opinião da maioria dos portugueses.

Em democracia é assim.

Mas o povo decidiu também que os próximos quatro exigem maior concertacão e mais conciliação com os outros partidos, mas também um papel mais responsável por parte da oposição. Ou seja, o povo disse: governa a coligação PSD/CDS mas devem fazer mais consensos com a oposição, em especial com o PS. Outra coisa que é clara é que 90% dos cidadãos que foram votar disseram que não queriam nem o Bloco nem o PCP a governar.

Admito que a maior das novidades seja mesmo a novo papel que a oposição terá que desempenhar e os riscos que isso tem, quer para o futuro dos próprios partidos da oposição, quer para o futuro dos portugueses e de Portugal. Ouvidas algumas declarações, ainda a frio, ficamos com a sensação que todos venceram as eleições, ou que António Costa não perdeu, ou que o Bloco teve 36%. Não, a solução que recolheu mais votos dos portugueses e que mais gente uniu em torno do seu projecto foi o PAF (PSD/CDS). A democracia é mesmo assim, doa a quem doer, mas o povo tem sempre razão.

O Presidente da República já falou e foi claro e coerente. Exigiu uma solução de governo estável, que não coloque em causa a permanência no Euro e na NATO, tal como disseram cerca de 80% dos portugueses que votam nestas eleições. De uma assentada Cavaco Silva acabou com os entusiasmos bloquistas que começavam a ficar deslumbrados com a possibilidade de integrar um hipotético Governo “Costa”, que obrigou a coligação a falar com o PS e o PS a ter uma atitude responsável.

Resta saber o que acontecerá internamente no PS entre os mais radicais, próximos do bloco e que proporcionaram esta derrota ao partido, e os mais moderados que querem uma solução equilibrada para o país, os órfãos de Seguro.

No que diz respeito ao distrito de Santarém os resultados acompanharam a média nacional, cumprindo mais uma vez o seu papel de barómetro político do país. O distrito tem menos um Deputado, a oposição tem agora três partidos e o Bloco volta a ter representação política no Parlamento.

No último mandato, todos os Deputados eleitos por Santarém souberam dar o exemplo e sempre colocaram o interesse comum acima do interesse partidário. Foi assim na solução para o problema ambiental de Alcanena e para o investimento nas barreiras de Santarém, dois problemas com décadas e que nestes quatro anos viram a sua solução encontrada.

Tal como constava do programa do PSD no distrito de Santarém há dois problemas que se destacam e que urge resolver: a falta de médicos e os problemas ambientais dos nossos rios.

Essas são as nossas prioridades, foi com elas que fomos eleitos, e é por elas que de imediato nos iremos bater.

Aproveito esta oportunidade para desejar a todos os eleitos um excelente mandato na defesa dos portugueses, do Ribatejo e de Portugal.

 

Duarte Marques, 39 anos, é natural de Mação. Fez o liceu em Castelo Branco e tirou Relações Internacionais no Instituto de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa, com especialização em Estratégia Internacional de Empresa. É fellow do German Marshall Fund desde 2013. Trabalhou com Nuno Morais Sarmento no Governo de Durão Barroso ao longo de dois anos. Esteve seis anos em Bruxelas na chefia do gabinete português do PPE no Parlamento Europeu, onde trabalhou com Vasco Graça Moura, José Silva Peneda, João de Deus Pinheiro, Assunção Esteves, Graça Carvalho, Carlos Coelho, Paulo Rangel, entre outros.
Foi Presidente da JSD e deputado na última legislatura, onde desempenhou as funções Vice Coordenador do PSD na Comissão de Educação, Ciência e Cultura e integrou a Comissão de Inquérito ao caso BES, a Comissão de Assuntos Europeus e a Comissão de Negócios Estrangeiros e Cooperação. O Deputado Duarte Marques, eleito nas listas do PSD pelo círculo de Santarém, foi eleito em janeiro de 2016 um dos novos representantes portugueses na Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, com sede em Estrasburgo. É ainda membro da Assembleia Municipal de Mação.
Sócio de uma empresa de criatividade e publicidade com sede em Lisboa, é também administrador do Instituto Francisco Sá Carneiro, director Adjunto da Universidade de Verão do PSD, cronista do Expresso online, do Médio Tejo digital e membro do painel permanente do programa Frente a Frente da SIC Notícias.

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1 Comentário

  1. Sr Duarte, quanto aos resultados das eleições e a sua manipuladora interpretação, nem perco tempo a responder-lhe pois os próximos tempos se encarregarão disso.
    Quanto à falta de médicos e aos problemas ambientais na região que o senhor tanto diz amar, tenha respeito pelos cidadãos e deixe-se de continuas manipulações. O que é que PSD e CDS fizeram nos últimos quatro anos para evitar o caos no rio Tejo e Almonda e no Serviço de Saúde do Centro Hospitalar do Médio Tejo? Não foram os senhores que deram cobertura ao Governo? Acha que fazendo uma encenação na Barragem da Belver apresentando uma proposta de resolução (não sabia que a Assembleia da Republica nesse dia tinha sido transferida para a Barragem de Belver) se livra de uma conduta vergonhosa e lesiva do interesse dos cidadãos e do ambiente da região que é atravessada pelo rio Tejo? Quanto aos médicos de familia, desejo que sinta sinta na pele os efeitos das politicas de saúde que o defunto Governo PSD/CDS implementou com o seu voto. Termino confidenciando-lhe que na minha terra chamamos mentiroso a um individuo que num local diz uma coisa e noutro diz o contrário. Não sei se é o seu caso mas é bom que faça uma análise profunda ao que debita em artigos de opinião.

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