Utentes do Médio Tejo insistem na abolição de portagens na A23 e A13. Foto arquivo: mediotejo.net

O Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) do Médio Tejo reclama a abolição de portagens nas autoestradas A23 e A13, que atravessam aquela sub-região do distrito de Santarém, consideradas um “entrave” ao desenvolvimento social e económico.

Esta quarta-feira, dia 10 de abril, pelas 11:00, no Ministério das Infraestruturas, em Lisboa, uma delegação das Comissões de Utentes do Médio Tejo entregará as mais de 12 mil assinaturas pela abolição das portagens na A23 e A13, seguida de uma conferência de imprensa onde serão expostos os objectivos e as pretensões dos utentes do Médio Tejo sobre esta iniciativa.

A entrega das cerca de 12 mil assinaturas é o culminar de um processo que as comissões de utentes têm dinamizado na região do Médio Tejo, tendo a mais recente manifestação pública decorrido na rotunda da Atalaia (confluência da A23 com a A13), em Vila Nova da Barquinha.

“A existência de portagens no Médio Tejo (A23 e A13) são um problema para a mobilidade de pessoas e bens, são um entrave ao desenvolvimento social e económico, não contribuem para a coesão territorial, potenciam os problemas ambientais nas zonas urbanas e afetam a segurança rodoviária”, disse à agência Lusa Manuel Soares, porta-voz das estruturas de utentes da região do Médio Tejo do MUSP, presente numa ação pública que decorreu recentemente na rotunda da Atalaia (confluência da A23 com a A13), em Vila Nova da Barquinha.

O dirigente frisou que estas vias são “fundamentais no acesso a cuidados de saúde nos três hospitais da região do Médio Tejo”, referindo-se às unidades hospitalares de Abrantes, Tomar e Torres Novas, que constituem o Centro Hospitalar da região (CHMT), tendo feito notar que o abaixo-assinado que as Comissões de Utentes lançaram em junho reivindicando a abolição de portagens na A23 e A13 foi subscrito por cerca de 12 mil pessoas.

Em comunicado, os utentes do Médio Tejo lembram que a região é servida por duas vias rápidas – “o IP6 (nunca concluído para Oeste) depois batizado como A23, e o IC 3, depois batizado como A13” – tendo feito notar que “as autoestradas, agora com portagens, ocuparam as anteriores vias sem que haja alternativas rodoviárias viáveis e com a quase inexistência de transportes públicos”.

Utentes do Médio Tejo reclamaram hoje pelo fim das portagens na A23 e na A13. Foto: mediotejo.net

Em causa, referem, está a “qualidade ambiental, a deterioração das vias utilizadas e a segurança das populações das zonas residenciais urbanas e rurais agora atravessadas por milhares de veículos ligeiros e pesados, e que, antes, transitavam nos IP6 e IC3”.

Reclamando a “abolição pura e simples” das portagens, os utentes referem ainda que “o troço da A23 entre a A1 e Abrantes foi construído pela antiga Junta Autónoma de Estradas (depois Estradas de Portugal, agora Infraestruturas de Portugal) com dinheiro de fundos comunitários, assim como o troço do IC3 entre a Atalaia e Tomar (Alviobeira/Ferreira)”, tendo sublinhado que, além da região estar “perante vias sem alternativas e com portagens”, os cidadãos e empresários são confrontados com a relação “preço/quilómetro mais alto praticado em Portugal em rodovias semelhantes”.

Segundo disse Manuel Soares, as medidas defendidas pelos utentes “contribuem para melhorar a vida das populações e potenciar o desenvolvimento social e económico”, tendo ainda dado conta que os utentes dos serviços públicos do Médio Tejo “entendem como muito importante o acabamento do IC3, entre Almeirim e a Atalaia”, bem como a “concretização da totalidade do IC9 (entre Tomar e o Alto Alentejo)”.

Esta quarta-feira, dia 10 de abril, pelas 11:00, no Ministério das Infraestruturas, em Lisboa, uma delegação das Comissões de Utentes do Médio Tejo entregará as mais de 12 mil assinaturas pela abolição das portagens na A23 e A13.

C/LUSA

*Video e fotos de José Gaio

Ganhou o “bichinho” do jornalismo quando, no início dos anos 80, começou a trabalhar como compositor numa tipografia em Tomar. Caractere a caractere, manualmente ou na velha Linotype, alinhavava palavras que davam corpo a jornais e livros. Desde então e em vários projetos esteve sempre ligado ao jornalismo, paixão que lhe corre nas veias.

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