Cerca de meia centena de populares participaram na sessão de assembleia municipal de Ferreira do Zêzere realizada na noite de sexta-feira, 30 de junho, para voltar a protestar contra os maus cheiros na freguesia de Areias e Pias, alegadamente causados pela empresa BioCompost, uma situação que dizem que os continua a afectar.

Pela voz de Vítor Mendes, o conjunto de subscritores de um abaixo-assinado deram conta do ponto de situação do trabalho desenvolvido e das “démarches” efetuadas sobre o desenvolvimento do processo que, na sua opinião, ainda não deixou de afetar os moradores da União de Freguesias de Areias e Pias. “Continuamos à espera que a assembleia municipal tome alguma medida que possa contribuir para a resolução do problema”, referem.

Munícipe Vítor Mendes leu um documento subscrito por outros populares Foto: mediotejo.net

De acordo com este munícipe, a população colocou, por várias vezes, “o problema dos fumos, dos maus cheiros, da contaminação das linhas de águas subterrâneas, de lançar para o seu exterior produtos que queimaram tudo à sua volta” e, mais tarde, “o problema das moscas, e o armazém que devia ser utilizado indevidamente para outro fim, e também o problema do horário de funcionamento da empresa”.

Referiu que recebeu sempre como resposta do presidente da autarquia “que quem tem que tratar desse assunto é a DRAP”, considerando que a autarquia não teve coragem de exigir, enquanto entidade pública, de quem de direito que resolvesse o problema. “Para que servem termos eleitos assim”, insurgiu-se.

População considera que eleitos da assembleia não estão a defender os seus interesses Foto: mediotejo.net

A população dá ainda conta de que, até hoje, a empresa foi confrontada com 3 contraordenações, uma da responsabilidade da CCDR e duas do SEPNA. “Ficamos à espera que a câmara nos informe, por escrito, qual foi o seu procedimento perante esta ilegalidade e que medidas foram instauradas sobre as contraordenações”, pedem.

“Nunca estivemos nem estivemos em desacordo com o apoio financeiro a empresas. O que estamos é em total e profundo desacordo que a empresa BioCompost nos tenha tornado a vida num inferno, que tenha cometido um conjunto de ilegalidades e os nossos representantes autárquicos lhes tenham dado plena cobertura”, atestam.

Os populares consideram ainda que foram tratados, pela câmara e pela assembleia municipal, “como se fossem um bando de malfeitores” e como se não tivessem o direito de trazer à casa da Democracia os seus problemas. “Não está posta de parte podermos recorrer ao Ministério Público no sentido de avaliar todo o processo e decidir em conformidade”, disse,

O presidente da Junta de Câmara de Ferreira do Zêzere, Jacinto Lopes (PSD) disse que “já não sabe o que pode dizer mais sobre este assunto” frisando que a lei é clara quanto à entidade que coordena os processos de licenciamento. “Tive conhecimento de duas ou três coimas aplicadas, uma pela CCDR e duas pelo SEPNA e numa delas vi que quem fez a queixa é o vice-presidente da câmara”, apontou.

O autarca refere que há um conjunto de entidades – a DGAF, a APA, o ACES Médio Tejo e o presidente da Câmara de Ferreira do Zêzere – que têm conhecimento das situações mas que não podem decidir os processos. “Podem dar as voltas que quiserem mas nunca conseguirão que a culpa destes procedimentos seja da câmara municipal, acrescentando que nem o presidente da câmara nem o executivo tem medo de ameaças”.

“Fico à espera que que vão apresentar queixa ao Ministério Público e rapidamente. Se não o fizerem são uns cobardes”, desafiou Jacinto Lopes.

 

 

Aos 12 anos já queria ser jornalista e todo o seu percurso académico foi percorrido com esse objetivo no horizonte. Licenciada em Jornalismo, exerce desde 2005, sempre no jornalismo de proximidade. Mãe de uma menina, assume que tem nas viagens a sua grande paixão. Gosta de aventura e de superar um bom desafio. Em maio de 2018, lançou o seu primeiro livro de ficção intitulado "Singularidades de uma mulher de 40", que marca a sua estreia na escrita literária, sob a chancela da Origami Livros.

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