Marcelo Rebelo de Sousa e o Ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, reúnem-se hoje no campo militar de Tancos com o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), General Pina Monteiro, e o Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), General Rovisco Duarte. A reunião decorre depois da Procuradoria-Geral da República assumir que a investigação relacionada com Tancos envolve suspeitas de terrorismo e tráfico de armas.
A reunião desta tarde foi confirmada à Lusa por fonte de Belém e surge no seguimento do roubo de armamento de guerra nos paióis daquela unidade militar na passada quarta-feira. Situação para a qual o Presidente da República defendeu, no passado domingo, “uma investigação que apure tudo, factos e responsabilidades”.
Nas declarações aos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa indicou outras questões prioritárias, defendendo que “tem de se prevenir o futuro para que não haja de seis em seis anos furtos destes e com gravidade crescente”, em referência ao roubo ocorrido em 2010 no Carregado (concelho de Alenquer).
O Chefe de Estado pediu, igualmente, uma investigação para determinar a possível ligação entre o furto ocorrido em Tancos e outros dois que se terão registado “nos últimos dois anos em países membros da NATO, um deles há poucos meses”, sem especificar quais os estados membros.
Outro ponto destacado por Marcelo Rebelo de Sousa foram as “medidas cautelares”, sublinhando que “se for necessário tomar medidas que são meramente destinadas a facilitar a investigação, faz sentido tomá-las”, sem associar estas declarações à exoneração temporária de cinco comandantes anunciada no sábado pelo CEME, General Rovisco Duarte.
A Procuradoria-Geral da República confirmou hoje ter iniciado investigações sobre o roubo do material militar em Tancos e que a ocorrência se integra “numa realidade mais vasta”. Em comunicado, o Ministério Público (MP) assume que estão em causa “suspeitas da prática dos crimes de associação criminosa, tráfico de armas internacional e terrorismo internacional”.
O mesmo documento adianta que foi iniciado um “inquérito com objeto mais vasto a ser investigado no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP)”, sendo o MP coadjuvado no processo “pela Unidade Nacional Contra Terrorismo (UNCT) da Polícia Judiciária, com total colaboração institucional da Polícia Judiciária Militar”.
C/ Lusa