A criação de um centro de interpretação Templário e a edição do livro “O Legado das Ordens do Templo e de Cristo em Portugal” são apenas duas das iniciativas que o Município de Vila Nova da Barquinha realizou para explorar em termos turísticos e investigativos a ligação do concelho à Ordem dos Templários.
Durante a apresentação do livro, no dia 2 de setembro, no Centro Cultural de Vila Nova da Barquinha, o Presidente da Câmara explicou como surgiu a ideia da edição. Em 2008 realizou-se na vila um colóquio sobre a temática Templária e no final ficou a intenção de se editar em livro a coletânea das intervenções. Essa ideia concretizou-se agora com o apoio da autarquia e através da editora Zéfiro.
Fernando Freire referiu-se às “intervenções de muito grande qualidade” durante esse colóquio e aproveitou para destacar a ligação dos Templários ao concelho e quanto é adepto destas temáticas.
“Vila Nova da Barquinha é, de facto, uma terra Templária que começa em 1171 com a construção daquele monumento ícone do Médio Tejo que é o castelo de Almourol”, começou por afirmar o autarca.
Referiu-se ao “Castelo de Ozêzere do qual felizmente ainda existem umas pequenas ruinas a montante de Almourol”, às “várias torres Templárias como é a torre do Pinheiro, torre da Atalaia e a torre do castelo da Quinta da Cardiga”.
Apesar dos trabalhos já publicados, o Presidente da Câmara reconheceu que “há muito para investigar sobre os Templários nesta comenda da Cardiga e de Almourol”.
E deu a conhecer os resultados de algumas investigações que foi fazendo por iniciativa própria. Através de uma obra que leu recentemente chegou aos vestígios de uma torre Templária na zona das Limeiras e um cais no rio provavelmente uma herança Templária. Lembrou que foi em 1415, já com a Ordem de Cristo, que se construíram as primeiras galeotas para conquista do norte de Africa.
A aprovação recente pelo Turismo de Portugal do Centro de Interpretação Templário foi também realçado por Fernando Freire, para dizer que o tema é caro e privilegiado em Vila Nova da Barquinha porque aqui “existem testemunhos e provas da sua passagem, da sua vivência e do seu sentimento”.
A propósito deste centro, revelou que esteve há três meses no centro Templário de Toledo, concluindo que o seu Município “pode fazer muito mais” nesta temática.
Para o autarca, o tema dos Templários tem uma abrangência global, turística, de afetos e de sentimentos.
A seguir, Alexandre Gabriel, da Editora Zéfiro, explicou a génese do livro que estava ali a ser apresentado, resultado de um colóquio realizado há nove anos na vila e que reuniu “um conjunto de excelência de escritores, de palestrantes, de investigadores desde a sua vertente mais ligado ao património material como ao património imaterial, simbólico”.
Agradeceu o apoio da Câmara sem o qual seria difícil a edição do livro.
Homenageou ainda dois autores que entretanto faleceram: José Manuel Capelo, autor do livro Portugal Templário, e António Telmo “grande pensador e grande filósofo que devia ser mais conhecido pela magnitude do seu pensamento”.
Intervieram a seguir António Carlos Carvalho, investigador e ex-jornalista, sobre “O Horóscopo de Portugal e escritos afins”, Volume VII das Obras Completas de António Telmo, Risoleta C. Pinto Pedro sobre “A metamorfose do quadrado, segundo António Telmo” e por fim Pedro Martins desenvolveu o tema “António Telmo e o Templarismo”.
Ganhou o “bichinho” do jornalismo quando, no início dos anos 80, começou a trabalhar como compositor numa tipografia em Tomar. Caractere a caractere, manualmente ou na velha Linotype, alinhavava palavras que davam corpo a jornais e livros. Desde então e em vários projetos esteve sempre ligado ao jornalismo, paixão que lhe corre nas veias.