O projeto de requalificação da Escola Secundária Maria Lamas está orçado em 1,7 milhões de euros e foi apresentado à comunidade escolar na quarta-feira, 7 de março. A obra é do Ministério da Educação, mas a Câmara de Torres Novas assume a execução. A intervenção porém não gera consenso, dada a existência de um telhado com amianto nas oficinas e as várias fissuras e infiltrações do edifício inaugurado em 2002, tendo alguns pais e professores contestado as prioridades de requalificação.
Os protestos de um pequeno grupo aquando a apresentação do projeto da primeira fase de recuperação da Escola Secundária Maria Lamas terão gerado constrangimento entre os presentes. Segundo avança o jornal O Mirante, uma mãe e uma professora deram voz a algum descontentamento quanto às prioridades da obra, que não contempla a mudança do telhado em fibrocimento das oficinas, que terá amianto, e a intervenção necessária ao edifício mais recente da escola, com problemas graves de infiltrações (o tecto de uma sala de aula desabou inclusive a 28 de fevereiro).
O mediotejo.net questionou o presidente da Câmara, Pedro Ferreira, sobre o incidente, tendo o autarca focado apenas a questão do telhado com amianto. Segundo Pedro Ferreira a questão já foi colocada à Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGESTE), salientando que “esta é a 1ª fase, estando prevista uma candidatura para uma 2ª fase através da CIMT logo que houver superiormente autorização e disponibilidade financeira para tal”.
A Escola Secundária Maria Lamas vai sofrer intervenções no valor de quase 1,7 milhões de euros, ao abrigo do Programa Operacional Regional do Centro – CENTRO 2020 (Portugal 2020) do FEDER – Fundo Europeu para o Desenvolvimento Regional. Esta primeira fase vai incidir sobretudo no ginásio, edifício principal e campos de jogos.
Segundo informação do município, “o projeto prevê uma intervenção profunda ao nível dos balneários e da zona de cozinha e refeitório, no piso 0 do edifício do ginásio, bem como a adaptação dos edifícios às normas legais, nomeadamente no que se refere a mecanismos de proteção contra incêndios, bem como as componentes térmica (exemplo: substituição integral dos vãos exteriores, ainda em carpintaria, por alumínio com vidro duplo), redes elétrica, de gás e de água e saneamento”.
Esta intervenção “contempla ainda arranjos exteriores bem como a requalificação dos campos desportivos exteriores, com regularização do piso e colocação de base acrílica, criação de bancadas e cobertura num dos espaços para permitir a prática desportiva em condições meteorológicas mais adversas. Haverá igualmente uma reorganização dos laboratório e de salas de informática, bem como a criação de mais instalações sanitárias”.
O investimento total “é de 1.674.365 euros, sendo o investimento elegível comparticipado de 1.176.470,59 euros”, adianta a mesma informação. O financiamento é de 1 milhão de euros (correspondendo a 85% do investimento elegível comparticipado). “O valor da contrapartida nacional (restantes 15%), conforme o acordo de colaboração, será suportado em 7,5% pelo município e em 7,5% pelo Ministério da Educação”, termina.
O projeto tem ainda que ter a aprovação em sede de reunião de câmara, seguindo-se a abertura do concurso público para adjudicação da empreitada.
Na apresentação da obra estiveram presentes Pedro Ferreira, o vice-presidente Luís Silva, o vereador do pelouro da educação Joaquim Cabral e o diretor do agrupamento de escolas Gil Paes, Paulo Renato. A explicação do projeto esteve a cargo de José Vicente, chefe do Departamento de Intervenção Social.