Quando tive de tomar uma decisão sobre que percurso profissional iria seguir, balancei entre o Direito e o Serviço Social. A defesa dos direitos humanos, a busca da justiça e da igualdade eram as razões da minha escolha. A decisão acabou por ser tomada com base naquela que me pareceu na altura, ser a profissão com maior possibilidade de empregabilidade. De qualquer forma, o Direito está presente todos os dias da minha vida e continua a ser uma paixão.
Reconheço aos meus pais o esforço que fizeram para que pudesse estudar e ficar-lhes-ei eternamente grata por isso. Não só por este motivo, mas também, agarrei desde o primeiro momento a defesa dos princípios éticos e deontológicos da profissão e igualmente a defesa da própria profissão e dos(as) legítimos(as) titulares da mesma.
Por vezes pode parecer preciosismo da minha parte, mas se não defendermos a nossa classe, ninguém o fará por nós. Por isso mesmo, não calo quando vejo outros(as) profissionais a assinarem relatórios sociais, quando vejo outros(as) licenciados(as) noutras áreas desempenharem funções de Assistente Social, não calo quando vejo detentores de outras licenciaturas assumirem-se como Assistentes Sociais. Mais recentemente, e talvez fruto do Processo de Bolonha, tenho visto alguns profissionais com outras licenciaturas, fazerem um mestrado em Serviço Social e por isso acharem que são Assistentes Sociais.
Para os(as) mais teimosos(as) fica um esclarecimento da Associação de Profissionais de Serviço Social que refere que “em 14 de Dezembro de 1939, O Decreto‐Lei nº 30135, que estabelece as condições a que deve obedecer a formação em Serviço Social, estatuiu que «Assistente Social» é o título autorizado por Lei, exclusivamente, para os diplomados em Serviço Social (…)”.
Depois também temos os Assistentes Sociais que se dizem “Técnicos Superiores de Serviço Social”. Oh meus amigos… isso era uma carreira da função pública [pelo amor da Santa], e que ainda por cima já foi extinta.
Portanto, se queremos uma profissão reconhecida pela nossa sociedade, se queremos uma Ordem que defenda os nossos direitos, se queremos que nos respeitem e que não usurpem as nossas funções temos, antes de mais, de dar o exemplo.
É caso para dizer que ser Assistente Social, não para quem quer, é para quem pode.