Tenho acompanhado com particular atenção a troca de acusações que por estes dias pululam em qualquer rede social perto de nós. Além do erro de se estarem a comparar cenários incomparáveis, salvo raríssimas exceções, a boçalidade, o vazio na argumentação e o insulto gratuito fazem-me temer que não tenhamos aprendido nada com as lições do passado.
O resultado das últimas eleições presidenciais é claro e limita-se a ser o reflexo das virtudes e das fragilidades de qualquer democracia. Mas não deixa também, de ser o reflexo do trabalho e da construção das relações de confiança que a generalidade dos atores tem construído no desempenho da sua atividade ao serviço dessa mesma democracia.
Situações desesperadas costumam criar condições para o aparecimento de medidas desesperadas, criando-se uma sensação que rapidamente se pode transformar em paradigma, de que pior do que está não fica.
A falência moral da generalidade das nossas instituições, o aumento da promiscuidade entre diversos poderes e as decisões diferentes para situações semelhantes, criam o habitat natural para que ameaças maiores se possam desenvolver.
Em vez de atacarmos aqueles que tomam decisões que refletem o seu descontentamento com a evolução da nossa democracia, devíamos antes refletir nas razões que os levaram a seguir por esses caminhos.
E este parece-me ser outro problema, porque não há vontade nem honestidade intelectual para se avançar para essa reflexão, voltando a seguir-se pelos caminhos mais fáceis, acusando todos, mas sem ter a humildade de se começar por uma autocrítica.
Uma ação gerará sempre uma reação, e este tipo de ataques estarão sempre na origem de contra-ataques, que apenas darão força a quem se alimenta para ir crescendo com um forte argumento da vitimização.
O momento urge uma reflexão séria, profunda e honesta. Pede um “toca a reunir” com todos aqueles que estão dispostos a procurar respostas com base no diálogo, sendo fundamental ir à procura das causas. Desde logo, o sistemático ataque aos princípios básicos da democracia – a opacidade, o nepotismo, o clientelismo, a injustiça e a corrupção.
O “bicho-papão” que muitos receiam e que, para outros, representa a personificação da esperança, é um produto do sistema, criado dentro do sistema que está a crescer, alimentando-se das fragilidades desse sistema. Ter humildade para entender isto, resolve metade do problema. Ter coragem para o combater através de uma mudança de atitude, resolverá a outra metade. Fica a pergunta para quem quiser, ou souber, responder: haverá essa humildade e essa coragem?
É gestor e trabalhar com pessoas, contribuir para o seu crescimento e levá-las a ultrapassar os limites que pensavam que tinham é a sua maior satisfação profissional. Gosta do equilíbrio entre a família como porto de abrigo e das “tempestades” saudáveis provocadas pelos convívios entre amigos. Adora o mar, principalmente no Inverno, que utiliza, sempre que possível, como profilaxia natural. Nos tempos livres gosta de “viajar” à boleia de um bom livro ou de um bom filme. Em síntese, adora desfrutar dos pequenos prazeres da vida.