A rota Carmelita, que une Coimbra a Fátima, será inaugurada em maio dentro dos “Caminhos de Fátima”. Este é o primeiro trajeto a ser inaugurado depois da reformulação da marca “Caminhos de Fátima”, que uniu os percursos já existentes e esforços do Centro Nacional de Cultura, Turismo de Portugal e Associação dos Caminhos de Fátima. Estão também a ser preparadas especialidades gastronómicas para serem associadas à rota.
Desenvolvida pela Agência para o Desenvolvimento dos Castelos e Muralhas medievais do Mondego, em colaboração com o Turismo do Centro e o Centro Nacional de Cultura, a Rota Carmelita tem 111 quilómetros (152 com variantes) e passa pelos concelhos de Condeixa-a-Nova, Penela, Ansião, Alvaiázere e Ourém. Um investimento na ordem dos 200 mil euros, com 85% de fundos comunitários, que leva os peregrinos sobretudo por caminhos alternativos às estradas principais num percurso de inspiração carmelita.
A Rota Carmelita foi apresentada na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL) na quarta-feira, 28 de fevereiro, pelo vice-presidente da Câmara de Ourém, Natálio Reis. “Fátima é o motor de desenvolvimento e pedra preciosa”, salientou, lembrando que se ultrapassou o um milhão de dormidas em 2017. Sendo que Portugal está na moda, constatou, não o estará para sempre, pelo que “temos todos que trabalhar para que Portugal continue na moda”.
Segundo uma das responsáveis pelo desenvolvimento do trajeto, Ivânia Patrícia, a Rota Carmelita foi financiada pelo Centro 2020, sendo um percurso entre o Carmelo de Coimbra e o Santuário de Fátima, por caminho sobretudo rural, que se cruza inclusive com o caminho de Santiago. Uma “proposta de fruição cultural”, explicou, com pontos de apoio a viaturas e um guia do percurso.
Já Luís Matias, da Agência para o Desenvolvimento dos Castelos e Muralhas medievais do Mondego, adiantou que se prepara já a Rota Carmelita 2.0, valorizando o percurso que neste momento se encontra apenas a ser marcado, através de nova candidatura a fundos europeus.
Presente na ocasião esteve também a Secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, dando os parabéns pelo projeto e prometendo comparecer em maio para a inauguração. Ao mediotejo.net a responsável referiu ser este “um primeiro troço que vamos lançar no terreno” dentro dos Caminhos de Fátima, “já com estruturação de produto” e uma rota segura.
O trajeto coincide com o Caminho de Fátima do Norte, que o Centro Nacional de Cultura já marcara, e tem a particularidade de passar pelas ruínas romanas de Conímbriga, vias florestais, algumas povoações, Rede Natura e ao longo do rio Nabão. Segundo adiantou Ana Mendes Godinho, as escolas de Coimbra e Fátima vão desenvolver produtos gastronómicos associados à carmelitas, por forma a que fiquem associados à rota. Esta é assim uma rota “cultural” e “espiritual”, que possui “zonas de contemplação”.
Em maio está previsto lançar também o troço Lisboa-Fátima, referiu Ana Mendes Godinho, que se encontra a ser delineado. Ao mesmo tempo será apresentada uma aplicação chamada “Caminhos da Fé”, que vai conter toda a informação sobre os trajetos.
Para já ainda não há novidades sobre o grande trajeto Gaia-Fátima, referindo a Secretária de Estado que os caminhos se encontram a ser lançados por fases. “Todos a trabalhar em conjunto”.
Cláudia Gameiro, 32 anos, há nove a tentar entender o mundo com o olhar de jornalista. Navegando entre dois distritos, sempre com Fátima no horizonte, à descoberta de novos lugares. Não lhe peçam que fale, desenrasca-se melhor na escrita