Encontra-se a circular por Ourém um abaixo-assinado contra a construção de uma superfície do supermercado Pingo Doce em plena avenida Dom Nuno Álvares Pereira. Os signatários argumentam que o comércio local já passa por graves dificuldades e que não resistiria à concorrência de um espaço deste género no centro da cidade.
Ourém possui um Continente Modelo, um Lidl, um Intermarché e um Ulmar, mas apenas este último se encontra na Avenida Dom Nuno Álvares Pereira, artéria central da cidade. Os restantes estão localizados nas imediações, sendo necessário à maioria um carro para a deslocação. Fala-se há muito na construção de um Pingo Doce em Ourém, não se sabe exatamente é onde será a localização. Questionado sobre o tema, o presidente da Câmara, Paulo Fonseca, tem preferido não comentar investimentos de natureza privada.
Recentemente o ex-presidente da Câmara, o social-democrata David Catarino, fez circular uma carta aberta em que contestava o nascimento desta superfície na antiga moradia do Tenente Coronel Moreia Lopes, militar da primeira Grande Guerra, na Avenida Dom Nuno Álvares Pereira. Trata-se de uma grande propriedade no coração de Ourém que até hoje permanece nas mãos de particulares, mas que está classificada como de interesse municipal.
“Quando se classifica a casa é o conjunto que se classifica. Não é o portão, não é a nora, não é a habitação. É o conjunto que deve ser preservado, obviamente com um projecto que valorize o local. Sacrificar este conjunto classificado para ali colocar um pavilhão comercial não é aceitável e a cidade deve opor-se a isso”, refere no texto o ex-autarca, atualmente proprietário do Museu Interativo de Fátima.
No abaixo-assinado a que o mediotejo.net teve acesso pode ler-se:
“Nós, abaixo-assinados, comerciantes e cidadãos de Ourém, vimos através do presente, requerer a Vº.Exia, se digne diligenciar no sentido de não autorizar que a superfície comercial designada «PINGO DOCE» se instale na Avenida D.Nuno Álvares Pereira em Ourém, de acordo com notícias vindas a público e veiculadas por órgão de comunicação social do nosso concelho. Caso essa situação acontecesse, o comércio tradicional que já atravessa grandes dificuldades, teria muitos problemas em ultrapassar mais esta situação, que, certamente, poderia contribuir para o encerramento de mais estabelecimentos existentes na nossa cidade”.
Cláudia Gameiro, 32 anos, há nove a tentar entender o mundo com o olhar de jornalista. Navegando entre dois distritos, sempre com Fátima no horizonte, à descoberta de novos lugares. Não lhe peçam que fale, desenrasca-se melhor na escrita