Uma casal de idosos residente no concelho de Ourém, dependentes da família para alimentação e medicação, ficou sem qualquer tipo de apoio após, numa sexta-feira à tarde, terem sido todos diagnosticados com Covid-19 e entrado em isolamento profilático. Não houve resposta útil quer do município de Ourém quer das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) para fazer face ao apoio domiciliário necessário para o fim de semana. Acabou por ser uma assistente social, de livre iniciativa, a ir ajudar os idosos.
A assistente social em causa é Estela Ribeiro, vereadora pelo PS na Câmara de Ourém, que na reunião camarária de 1 de fevereiro, segunda-feira, contou a história. A sessão iniciara com um ponto de situação da pandemia no concelho realizado pela Proteção Civil Municipal e a vereadora aproveitou para questionar sobre estas falhas na resposta a pessoas vulneráveis que precisam de terceiros para comer, medicar-se ou, simplesmente, acender uma lareira. Questionou assim por linhas de apoio mais diretas para estas situações.
O coordenador da Proteção Civil, Miguel Freire, referiu que a instituição procura sempre encaminhar estes casos, mas admitiu que desconhecia a situação mencionada. Já o presidente da Câmara de Ourém, Luís Albuquerque, referiu que já existem linhas de apoio para questões desta natureza.
Em declarações ao mediotejo.net, Estela Ribeiro explicou que tomou conhecimento da situação do casal numa sexta-feira às 18h30, quando a família ligou à IPSS onde trabalha a pedir apoio domiciliário para o fim de semana. “Não tive coragem de dizer que não”, admitiu.
A filha e a neta do casal tinham acusado positivo à SARS CoV-2 e entraram em isolamento profilático. Naquela tarde tinham ligado para a Proteção Civil Municipal, que os encaminhou para a Ação Social da Câmara de Ourém e daqui deram-lhes números de IPSS do concelho. A família estava a ligar para as várias instituições, mas sem sucesso. O casal, uma senhora de bengala com 81 anos e um senhor de cadeira de rodas com 83 anos, arriscavam passar o fim de semana sem qualquer assistência.
“Era preciso apoio para acender uma lareira, fazer medicação”, explica Estela Ribeiro, mas as IPSS estão, de uma forma geral, assoberbadas e sem capacidade de dar mais resposta. “Quando chegou à minha instituição, também não havia forma de prestar apoio para o fim de semana”, admite.
Estela Ribeiro decidiu assumir o caso pessoalmente. Nos últimos fins de semana tem ido a casa do idosos, que residem na freguesia de Nossa Senhora das Misericórdias, levando o apoio domiciliário. Usa o seu carro e ajuda os idosos com a medicação e a aquecerem-se. A comida é fornecida pela instituição, que durante a semana já assegura o apoio domiciliário
“A família estava indignada”, refere Estela Ribeiro, pela falta de respostas. O casal não chegou a ser testado à Covid-19, mas tendo a família dado positivo era previsível que também estivesse, refere a autarca. “Fui com todos os cuidados”, frisa.
“Aquele casal não tem o conhecimento necessário para saber como acorrer às linhas de apoio do município”, constata. A sua intervenção na reunião municipal pretendeu alertar para a necessidade de se apostar numa comunicação mais eficaz com estes setores mais vulneráveis da sociedade.
“Tem que haver da parte da Câmara Municipal mais ação para divulgar estes serviços”, alertou. O caso tem cerca de duas semanas.
Cláudia Gameiro, 32 anos, há nove a tentar entender o mundo com o olhar de jornalista. Navegando entre dois distritos, sempre com Fátima no horizonte, à descoberta de novos lugares. Não lhe peçam que fale, desenrasca-se melhor na escrita
Aqui já não se faz a apologia da propaganda, chuta-se simplesmente para canto e a ser verdade repito a ser verdade a resposta do presidente da câmara revela o seu verdadeiro desígnio pessoal porque político é igual a todos os seu pares e nessa conformidade nada a acrescentar é o que temos neste país por enquanto
É uma vergonha pois sabemos que a maioria dos idosos nunca frequentaram a escola logo não tem como recorrer a linhas ou outro apoio
Bem haja Senhora Deputada PS e Senhora Jornalista por revelar a todos e cuidarem… de Pessoas que os nossos olhos demasiado “confinados” não vêem.
Obrigado minhas Senhoras.
Se estas situações ocorrem numa vila pequena, como será em grandes cidades, como Lisboa e Sintra por exemplo