Por 120m3 de consumo de água anual os consumidores de Vila de Rei pagavam, em 2020, 112,2 euros enquanto os de Ourém pagavam 332,13 euros, valores que incluem, além do abastecimento de água, serviço de saneamento de águas residuais e serviço de gestão de resíduos sólidos urbanos. É a maior diferença nas tabelas de preço de água dos municípios do Médio Tejo. Uma discrepância que se acentua se simularmos um consumo médio anual de 180 m3 de água.
Com base nos preços praticados em 2020, a Deco Proteste fez um estudo comparativo entre os preços praticados pelos sistemas abastecedores de água, tendo em conta as três componentes do serviço (abastecimento, saneamento e resíduos) e concluiu que a fatura da água dispara nos concelhos com concessões, como é o caso de Ourém onde é a empresa BeWater a concessionária.
Mas, à exceção daqueles dois casos extremos, a maioria dos municípios pratica preços entre os 241 e os 284 euros por 120m3 anuais. E há o caso de cinco municípios da região (Tomar, Ferreira do Zêzere, Mação, Sardoal e Vila Nova da Barquinha) que integram a empresa intermunicipal Tejo Ambiente, responsável pelo abastecimento de água, saneamento e recolha de lixo, e que por isso praticam o mesmo tarifário. Ourém também faz parte da empresa mas, enquanto estiver em vigor o contrato de concessão com a BeWater, tem um tarifário próprio.
O estudo da Deco Proteste aponta para uma necessidade imperiosa de poupança, já que a mudança de escalão em alguns concelhos quase duplica o valor a pagar pelas famílias. Quando passa dos 120 m3 para os 180, em alguns casos, o preço dispara. Na nossa região, é nos municípios que integram a Tejo Ambiente, que há maior diferença: a fatura passa de 254,74 para 387,34 euros.
Entre os 13 municípios da região do Médio Tejo, Ourém e Abrantes são aqueles que praticavam em 2020 preços mais elevados na fatura da água.
Para uma média de consumo de 120m3 anuais, em Ourém, o consumidor pagava no ano passado 332,13 euros, subindo esse valor para 445,31 euros se o consumo aumentasse para 180m3 anuais. Isto num concelho que tem o serviço concessionado à empresa Be Water. No caso de Abrantes, para aqueles volumes de consumo o aumento era de 327,33 para 437,46 euros.
Ainda segundo o estudo da Deco Proteste, Vila de Rei encontra-se na 5ª posição, entre os 308 municípios do país, com o serviço triplo (água, esgotos e lixo) mais barato.
No caso do município vilarregense, a média de 112,20 euros anuais pela prestação dos três serviços divide-se por 83,88 euros no serviço de abastecimento de água, 12,02 euros para saneamento e águas residuais e 16 euros para a gestão de resíduos sólidos urbanos.
Fatura da água (2020)
Região do Médio Tejo
120m3 anuais* | 180m3 anuais* | ≠ | |
Abrantes | € 327,33 | € 437,46 | paga mais € 110 |
Alcanena | € 284,4 | € 382,31 | paga mais € 98 |
Constância | € 241,68 | € 336,48 | paga mais € 95 |
Entroncamento | € 253,03 | € 357,54 | paga mais € 105 |
Ferreira do Zêzere | € 254,74 | € 387,34 | paga mais € 133 |
Mação | € 254,74 | € 387,34 | paga mais € 133 |
Ourém | € 332,13 | € 445,31 | paga mais € 113 |
Sardoal | € 254,74 | € 387,34 | paga mais € 133 |
Sertã | € 252,6 | € 350,58 | paga mais € 98 |
Tomar | € 254,74 | € 387,34 | paga mais € 133 |
Torres Novas | € 281,88 | € 401,26 | paga mais € 119 |
V. N. Barquinha | € 254,74 | € 387,34 | paga mais € 133 |
Vila de Rei | € 112,2 | € 165 | paga mais € 53 |
Valores para um consumo médio de 120 metros cúbicos anuais de água. Na segunda coluna verificamos os valores de 180 metros cúbicos anuais, resultantes de um aumento do consumo de 5 metros cúbicos por mês.
* Inclui as taxas de abastecimento, saneamento e resíduos sólidos
Fonte: Deco Proteste
Fatura da água (2020)
Outros concelhos
120m3 anuais* | 180m3 anuais* | ≠ | |
Chamusca | € 224,08 | € 323,96 | paga mais € 100 |
Golegã | € 221,45 | € 302,36 | paga mais € 81 |
Santarém | € 257,44 | € 352,57 | paga mais € 95 |
Gavião | € 239,4 | € 351,6 | paga mais € 112 |
Ponte de Sôr | € 229,56 | € 338,01 | paga mais € 108 |
Valores para um consumo médio de 120 metros cúbicos anuais de água. Na segunda coluna verificamos os valores de 180 metros cúbicos anuais, resultantes de um aumento do consumo de 5 metros cúbicos por mês.
* Inclui as taxas de abastecimento, saneamento e resíduos sólidos
Fonte: Deco Proteste
Ganhou o “bichinho” do jornalismo quando, no início dos anos 80, começou a trabalhar como compositor numa tipografia em Tomar. Caractere a caractere, manualmente ou na velha Linotype, alinhavava palavras que davam corpo a jornais e livros. Desde então e em vários projetos esteve sempre ligado ao jornalismo, paixão que lhe corre nas veias.