O MANOBRAS – Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas envolve 13 dos 15 concelhos associados da ARTEMREDE – Teatros Associados e entre eles encontram-se Abrantes, Alcanena e Tomar. O festival andou pela região no mês de setembro e continua em outubro com mais 8 propostas apresentadas em 15 espetáculos.
Relembramos a programação até 29 de outubro, dia em que a primeira edição se despede depois de ter percorrido o Médio Tejo e feito paragem em Abrantes a 7, 14 e 28, em Alcanena a 3, 13, 14, 21, 22, 23 e 29 e em Tomar a 3, 5, 6 e 24.
TRILOGIA LIVRE EM LAMBE LAMBE (Trilogia Libre en Lambe Lambe), da Companhia OANI
Alcanena (Jardim da República) | 3 outubro | terça | 10h30
Tomar (Mata dos Sete Montes) | 5 outubro | quinta | 16h00
Sinopse
O Teatro de Marionetas em Miniatura Lambe Lambe envolve o espetador numa experiência íntima e mágica. Desenvolve-se dentro de uma caixa cénica, onde a ação é testemunhada através de uma janela por apenas duas pessoas de cada vez. Dentro de três caixas cénicas mágicas, surgem três histórias diferentes: Lá Fora (Outside), Sabedoria (Wisdom) e Swing. Juntos, o marionetista e o público partilham o segredo do que veem em cada sessão.
A convite do Museu da Marioneta de Lisboa, no âmbito de ‘Passado e Presente – Lisboa, capital ibero-americana de Cultura de 2017’.
GEOMETRIAS DO DIÁLOGO (Les Géométries du Dialogue), da Companhia JUSCOMAMA
Tomar (espetáculo: Complexo Cultural da Levada + visita: Moagem A Portuguesa) | 3 outubro | terça | 11h00 / 12h00 / 15h00 / 16h00 / 17h00 / 18h00
Abrantes (Museu Metalúrgica Duarte Ferreira – Tramagal)* | 7 outubro | sábado | 10h30 / 12h00 / 15h00 / 16h30 / 18h00 / 19h30
*apresentação conjunta do espetáculo “Geometrias do Diálogo” e do filme “Ne pas Couper – Tramagal”, de António-Pedro, complementada por uma visita ao museu (transporte de autocarro disponível mediante pré-inscrição no Cineteatro S. Pedro)
Sinopse do espetáculo
Geometrias do Diálogo (Les Géometries du Dialogue) coloca em cena duas figuras cujas cabeças estão dentro de uma caixa preta de cartão. Dialogam connosco: a imagem, o desenho e o gesto são as suas palavras. Duas marionetas desenham-se, apagam-se e partem à descoberta uma da outra. Aos poucos, os rostos transformam-se em pinturas ou paisagens. Evocação livre do cinema mudo, sem moral no fim, sem intervalo e sem palavras.
Sinopse do filme
Uma cine-carta para Eduardo Duarte Ferreira, nascido no Tramagal a 1856, terra que se viria a transformar profundamente pelo bater de asas deste homem-borboleta. Conta-se ao velho Eduardo, falecido em 1948, o que se passou entretanto na metalúrgica que fundou e na terra que o viu nascer. Como evoluiu aquilo que deixou, que caminhos tomou e como se encontra agora, no ano de 2017. Algumas personagens, atuais, posam debaixo do chapéu de chuva que era a sua imagem de marca: até onde terão ido as ondas do teu bater de asas, Eduardo?
CHIFLÓN, O SILÊNCIO DO CARVÃO (Chiflón, el silencio del carbón), da Companhia Silencio Blanco
Tomar (Cineteatro Paraíso) | 6 outubro | sexta | 21h30
Abrantes (Cineteatro S.Pedro) | 7 outubro | sábado | 21h30
Sinopse
A vida de um jovem mineiro toma um novo rumo ao ser expulso da mina onde trabalha. A única hipótese de continuar ligado à mesma empresa mineira depende da sua partida para o Chiflón del Diablo, um dos locais mais perigosos onde um mineiro pode trabalhar. Várias situações do quotidiano revelam as fragilidades das personagens, os seus atos heroicos e a dura e incondicional espera das mulheres, pautada pela incerteza do regresso dos seus maridos. Retrato de um período esquecido pela História, ou talvez enterrado no negro e profundo silêncio das minas de carvão.
A convite do Museu da Marioneta de Lisboa no âmbito de ‘Passado e Presente – Lisboa, capital ibero-americana de Cultura de 2017’.
MUSEU DA EXISTÊNCIA, da Companhia Amarelo Silvestre
Alcanena (Cine-Teatro São Pedro – Café Concerto)
| 13 outubro | sexta | 14h30 / 21h30
| 14 outubro | sábado | 16h00 / 21h30
Sinopse
Um homem, Senhor Melo, decidiu construir um Museu com objetos que as pessoas fazem existir. Objetos com memórias vivas.
O chapéu salva-vida, o pão torrado que alimentou um amor clandestino, a aliança da revolução que acabou com a guerra, a boneca que não se pode partir e tantos outros.
É isso o Museu da Existência. Os objetos e as histórias são das pessoas que abriram a porta de casa ao Senhor Melo, um pouco por todo o país. Ele falou-lhes do Museu da Existência e elas decidiram fazer parte. Emprestaram e doaram as suas próprias memórias vivas. Os seus objetos. O futuro dos museus é dentro das nossas casas. Quem o diz é Orhan Pamuk, Prémio Nobel da Literatura 2006, autor do livro Museu da Inocência, que conta a história de Kemal, um homem que construiu um museu de objetos a partir do momento mais feliz da vida dele próprio: o Museu da Inocência, em Istambul, na Turquia. O Senhor Melo conheceu Kemal e decidiu construir o seu próprio museu de objetos, a partir dos momentos mais felizes da vida das pessoas. É isso o Museu da Existência. Uma casa. Em cada município, a coleção do Museu da Existência inclui também objetos emprestados de pessoas do município.
QUEIXA-TE, da Companhia Teatro e Marionetas de Mandrágora
Abrantes (Cineteatro S. Pedro) | 14 outubro | sábado | 10h30
Alcanena (Cine-Teatro São Pedro) | 21 outubro | sábado | 21h30
Sinopse
D. Quixote está velho e cansado, mas a sua sede de aventura é infinita. Erguem-se muros que estão a separar o mundo e D. Quixote, que ainda não encontrou sua Dulcineia, quer destruir esses muros, não vá dar-se o caso de Dulcineia estar do outro lado do mundo. Precisará da ajuda de Sancho que, à procura da ilha para ser Governador, embarca nesta aventura. Cedo descobrem que os dois juntos são mais originais do que qualquer um dos dois sozinho…
O muro vai-se erguendo à sua passagem, e do outro lado está o caminho para a humanidade. Explorando por completo a riqueza imaginativa do texto original — os absurdos feitos, os enganos fantásticos, os encontros estranhos, as ilusões de D. Quixote e o comportamento bizarro do seu escudeiro e amigo Sancho Pança, esta criação mistura a sátira, o burlesco e fantasias surreais. Uma peça para duas atrizes e muitas marionetas.
CAIXA DAS HISTÓRIAS ENSARILHADAS, da Companhia Teatro e Marionetas de Mandrágora
Abrantes (Cineteatro S. Pedro) | 14 outubro | sábado | 15h00
Alcanena (Cine-Teatro São Pedro) | 22 outubro | domingo | 15h00
Sinopse
O Teatro de Papel surgiu no séc. XVIII e serviu, desde sempre, como elemento de jogo teatral, de modo a permitir a narrativa de histórias através das suas figuras recortadas. Aqui parte-se de histórias para construir o teatro e as personagens, dando espaço à improvisação e à teatralização das mesmas. Cada participante constrói o seu teatro bem como um conjunto de figuras que, no final do atelier, poderá levar consigo para dar continuidade à exploração.
MÃOS AO ALTO! (Hands Up!), de Leo Petersen (aka Lejo)
Alcanena (Cine-Teatro São Pedro) | 23 outubro | segunda | 10h30 / 15h30
Tomar (Cineteatro Paraíso) | 24 outubro | terça | 15h00
Abrantes (Centro Histórico) | 28 outubro | sábado | 11h00
Sinopse
Mãos ao Alto! (Hands Up!) apresenta-nos várias personagens inusitadas como um cão com personalidade, um músico preguiçoso ou um pianista hiperativo, revelados numa série de pequenos sketches desvairados. A banda sonora do espetáculo vai da música clássica ao house numa mistura hilariante que embala o trabalho dos dedos de Lejo.
ASAS DE PAPEL, de Ainhoa Vidal
Alcanena (Cine-Teatro São Pedro) | 29 outubro | domingo | 11h00 / 15h00
Sinopse
Quando abrimos um livro há algo mais do que letras que nos salta aos olhos. Essas coisas entram para dentro de nós e começam a construir caminhos, relações, diálogos que são cenografados pelas folhas de papel. Asas de papel é um espetáculo poético sobre o espaço cenográfico que salta para fora dos livros. Trata-se de esculturas dentro de livros suspensos, que projetados em sombra, nos ajudam a entrar numa cena em que todos seremos os protagonistas.
Pela mão e corpo da bailarina Ainhoa Vidal saltamos para dentro dessas histórias enquanto compreendemos que a viagem que fazemos pelo imaginário é uma coisa real e paralela à nossa vida. Um espetáculo dedicado ao papel – papel que nos faz voar, desta vez no palco do imaginário.
Nasceu em Vila Nova da Barquinha, fez os primeiros trabalhos jornalísticos antes de poder votar e nunca perdeu o gosto de escrever sobre a atualidade. Regressou ao Médio Tejo após uma década de vida em Lisboa. Gosta de ler, de conversas estimulantes (daquelas que duram noite dentro), de saborear paisagens e silêncios e do sorriso da filha quando acorda. Não gosta de palavras ocas, saltos altos e atestados de burrice.