Desde que começou a pandemia de Covid-19 que não pára de aumentar a percentagem de desemprego na região do Médio Tejo, de acordo com os dados mais recentes do IEFP – Instituto de Emprego e Formação Profissional.
Se nos primeiros meses, alguns concelhos resistiram e até conseguiram aumentar o número de postos de trabalho, os dados do IEFP referentes ao mês de junho dão conta de um aumento do desemprego em quase todos os concelhos da nossa região.
Comparando os dados do mês de junho deste ano com o período homólogo do ano passado, conclui-se que, em 12 meses, o desemprego aumentou cerca de 33 por cento no Médio Tejo. Mesmo assim é uma percentagem abaixo da média nacional (36,4%)
Ferreira do Zêzere continua a ser o concelho que menos se ressente com a pandemia, em termos laborais, uma vez que mantém exatamente o mesmo número de desempregados de há um ano: 124.
O concelho onde o problema do desemprego mais se agravou foi Alcanena, que aumentou de 165 para 297 desempregados num ano, o que corresponde a um aumento de 80 por cento. Aliás, a indústria do couro, segundo o IEFP, foi uma das mais atingidas pelo problema e Alcanena é conhecida como a “capital da pele” pelo facto de ali funcionarem mais de meia centena de unidades de curtumes.
Ainda em termos percentuais, Vila de Rei aumentou de 50 para 84 o número de pessoas sem trabalho (68%).
Ourém, concelho que vive em grande medida do turismo religioso em Fátima, viu a taxa de desemprego aumentar 53 por cento.
Um dado que vem ao encontro da informação mensal do IEFP segundo a qual o setor dos serviços continua a registar as maiores subidas do número de desempregados (+47,2%), com as atividades ligadas ao turismo a pesarem mais.
A nível nacional, as subidas percentuais mais acentuadas verificaram-se nas atividades de alojamento, restauração e similares (+94,4%), transportes e armazenagem (+70,4%) e atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio (+57,7%).
Ainda segundo o IEFP, no sector secundário, a indústria que regista maior subida do desemprego é a dos ramos do couro e dos produtos do couro (+61,1%), seguindo-se a fabricação de veículos automóveis, componentes e outros equipamentos de transporte (+50,5%) e a indústria metalúrgica de base e fabricação de produtos metálicos (+38,9%).
A síntese mensal do IEFP refere que para o aumento homólogo contribuíram todos os grupos de desempregados “com destaque para as mulheres, os adultos com idades iguais ou superiores a 25 anos, os inscritos há mais de um ano, os que procuravam novo emprego e os que possuem como habilitação escolar o secundário”.
Número de desempregados no Médio Tejo
Junho 2019 | Junho 2020 | % de aumento | |
ABRANTES | 1242 | 1533 | 23,4% |
ALCANENA | 165 | 297 | 80% |
CONSTÂNCIA | 113 | 128 | 13,3% |
ENTRONCAMENTO | 412 | 560 | 35,9% |
FERREIRA DO ZÊZERE | 124 | 124 | 0% |
MAÇÃO | 150 | 173 | 15,3% |
OURÉM | 569 | 872 | 53,3% |
SARDOAL | 121 | 131 | 8,3% |
SERTÃ | 373 | 460 | 23,3% |
TOMAR | 788 | 1057 | 34,1% |
TORRES NOVAS | 590 | 831 | 40,8% |
VILA DE REI | 50 | 84 | 68% |
VILA NOVA DA BARQUINHA | 114 | 165 | 44,7% |
TOTAL | 4811 | 6415 | 33,3% |
Fonte: IEFP
Ganhou o “bichinho” do jornalismo quando, no início dos anos 80, começou a trabalhar como compositor numa tipografia em Tomar. Caractere a caractere, manualmente ou na velha Linotype, alinhavava palavras que davam corpo a jornais e livros. Desde então e em vários projetos esteve sempre ligado ao jornalismo, paixão que lhe corre nas veias.