A época balnear arrancou oficialmente em Mação no sábado, dia 27 de junho, com tudo operacional e em condições para receber os visitantes. As três praias fluviais do concelho têm lotação limitada e regras definidas para usufruto do espaço, devendo cumprir-se as normas da Direção-Geral de Saúde, nomeadamente mantendo o distanciamento social. Para a praia fluvial de Cardigos ficou definida pela APA uma lotação de 150 banhistas, enquanto que para as praias de Carvoeiro e Ortiga ficaram definidas as lotações máximas de 300 utentes. A autarquia está otimista, mas não deixa de alertar que, pela saúde pública e segurança, não hesitará em tomar medidas caso as coisas não corram como esperado, ou seja, se as pessoas não respeitarem, poderá inclusivamente levar ao encerramento dos espaços.
O presidente da Câmara Municipal, Vasco Estrela, mostra-se otimista quanto à praia fluvial de Carvoeiro, referindo que estão reunidas condições para se iniciar a época balnear, depois de um período conturbado e difícil com as obras de reabilitação após os prejuízos grandes causados pela depressão Elsa, em dezembro de 2019.
A praia fluvial começou a encher na semana passada e “estão reunidas condições de segurança, logísticas, em termos do concessionário, para que a praia fluvial de Carvoeiro possa continuar a ser o que tem sido”.
“Fruto da depressão Elsa, dos problemas que surgiram durante as obras com derrocada de um parte da palhiça, com a necessidade de substituição de todo o relvado, estamos a falar de um investimento que já vai muito além do que estávamos a contar, já ultrapassou os 150 mil euros, para podermos ter em condições de novo aquela praia, Bandeira Azul pelo 14º ano consecutivo e Qualidade de Ouro pela Quercus”, disse o edil.
Vasco Estrela não deixa de sublinhar que a depressão Elsa “causou centenas de milhares de euros de prejuízos no concelho”, à semelhança de outros na região e no país, e “os municípios não têm, até à data, qualquer ajuda”, temendo o autarca que essa ajuda prometida pelo Governo tarde em chegar ou não venha de todo.
“Presumo que dificilmente haverá ajuda. Os municípios do Médio Tejo totalizam cerca de 7 milhões de euros de prejuízos devido a esta intempérie e estão os concelhos a arcar com essas despesas para requalificação e reparação dos estragos”, lamenta.
A APA definiu para as praias do concelho diferentes lotações, estando a praia fluvial de Cardigos limitada a 150 banhistas. Já as praias fluviais de Carvoeiro e Ortiga poderão acolher até 300 pessoas. Números que o autarca diz não discutir e respeitar.
“Se a APA entende que, em condições de segurança, a capacidade das praias é aquela, ponto final, parágrafo, não se discute mais esse assunto e estados de alma não são para aqui chamados. Ainda assim, Vasco Estrela reconhece que Cardigos poderia ter um número mais acima”, assume.
Por outro lado, a Câmara Municipal contratou uma empresa externa para poder ter presentes gestores de praia. O gestor de praia “irá fazer a segurança, monitorização e regulação da capacidade da praia, para que se possa ter a capacidade máxima permitida”. Esta figura de autoridade e fiscalizadora será como que “um porteiro”. À semelhança dos anos anteriores as praias têm ainda vigilância por nadadores-salvadores.
Entre as regras definidas, consta que deve ser mantida a distância física de metro e meio entre cada pessoa, exceto se forem pessoas do mesmo grupo; os chapéus de sol devem estar afastados, no mínimo, três metros; uso de máscara obrigatório nos acessos e espaços fechados; cuidados de etiqueta respiratória; reforço da higienização das mãos; reforço na limpeza dos espaços.
Segundo o município, no período da manhã as praias fecham quando atingida a sua lotação máxima e, da parte da tarde, consoante a saída de banhistas, poderá haver novas entradas até atingir a capacidade máxima.
Apesar de reunidas as condições, tudo está nas mãos das pessoas para que se cumpram as normas e se possa manter as praias fluviais e demais espaços de lazer e recreio abertos.
“Se houver situações limite, onde percebamos que as coisas estão a descambar muito para lá daquilo que era referência, teremos de usar outras formas de cumprir com a lei e com as medidas de segurança e saúde pública, podendo interditar a praia, chamar as forças de segurança… Encontrar soluções conforme as coisas correrem”, admite Vasco Estrela.
O edil sublinha que, se tiver de tomar medidas, assim o fará. “Não estou disponível para correr riscos desnecessários. Temos tido o cuidado, a extraordinária colaboração e boa vontade por parte das autoridades de saúde, para em cada um dos momentos e situações dar a sua opinião, o seu parecer, fazer as suas observações sobre qualquer tipo de iniciativa que a CM Mação queira realizar. Se a situação for de facto incontrolável, se tivermos de fechar as praias, não deixaremos de o fazer”, adverte.
Este ano, a tendência está a virar as atenções para o interior de Portugal, com as pessoas a optar por fazer férias longe do litoral e impedidas de sair do país. Assim o entende Vasco Estrela, que crê que este ano tem tudo para ser “mais concorrido” no interior do país, com a população a fazer férias e períodos de descanso “cá dentro”.
Vasco Estrela diz esperar um aumento de pessoas acima do que é habitual, e isso requer uma maior atenção por parte da autarquia, quer nas praias fluviais, quer noutros locais e pontos de interesse no concelho, zonas de lazer e de água que o concelho tem e onde se tem verificado alguns ajuntamentos que preocupam a Câmara Municipal.
“São espaços privados ou semi-privados, nos quais a Câmara não tem propriamente jurisdição, nem os tem andando a promover. O Município tem intenção, ainda assim, de promover uma campanha a alertar e chamar a atenção das pessoas que, mesmo nos locais mais recônditos e menos conhecidos devem respeitar-se as normas da DGS e ter em atenção os riscos que possam correr, por serem zonas não vigiadas, muitas vezes com dificuldades de acesso à rede móvel e com acessibilidades difíceis”, alerta.
“As pessoas têm que ter em consideração a sua segurança e das pessoas que estão com elas”, conclui.
Formada em Jornalismo, faz da vida uma compilação de pequenos prazeres: o conhecimento e o saber, a escrita, a leitura, a fotografia, a música. Nada supera o gozo de partir à descoberta das terras, das gentes, dos trilhos e da natureza... por isto continua a crer no jornalismo de proximidade. Já esteve mais longe de forrar as paredes de casa com estantes de livros. Não troca a paz da consciência tranquila e a gargalhada dos seus por nada deste mundo.