ELÉCTRICO FUTEBOL CLUBE 2 – MODICUS SANDIM 3
Liga Placard – Campeonato Nacional 1ªDivisão – 25ª jornada
Pavilhão Gimnodesportivo de Ponte de Sor
13-03-2021
Uma época promissora para o Eléctrico, que por largo período ocupou o terceiro lugar da tabela, logo a seguir aos “papões” Sporting e Benfica, rapidamente se transformou num “annus horribilis”. O vírus SarCov 2 por três vezes marcou presença no plantel dirigido por Kitó Ferreira e a partir daí a vitória tem andado fugidia.
Nos últimos oito jogos os pontessorenses, apesar de alguma melhoria, perderam quatro desafios e empataram os últimos.
Com os olhos postos no oitavo lugar, o tal que marca o acesso aos play-off de apuramento do Campeão, o Eléctrico recebeu uma equipa com objectivos semelhantes e com um rico historial no futsal nacional: o Modicus de Sandim.
Orientada por um homem da casa, Ricardo Ferreira já leva 14 anos de Modicus, os últimos quatro como técnico, os gaienses obtiveram a última vitória sobre o Quinta dos Lombos no seu reduto, há precisamente um mês. Pelo meio um empate no Fundão e a derrota caseira com o Braga dava um toque de equilíbrio ao sétimo posto ocupado.
As previsões apontavam para um jogo disputadíssimo com ambos os conjuntos com os olhos pontos nos três pontos. E assim foi…
Assim que o jogo começou se percebeu que iria ser jogado a alta rotação com o Eléctrico a tomar a iniciativa desde o apito inicial. A maior posse de bola da equipa da casa não teve correspondência em lances de perigo.
Após falta dura de Dudu que lhe valeu o cartão amarelo, logo no terceiro minuto, Márcio dispôs da primeira oportunidade do jogo. Basilio “encheu” a baliza e não permitiu que o sandinense abrisse a contagem.
Este lance demonstrou que o Modicus estava a ficar mais confiante e a repartir o jogo com os anfitriões. A um remate de Uesler ao lado responderam os pontessorense com uma boa jogada de entendimento de Rodriguinho com Henrique Vicente, com o algarvio do Eléctrico a rematar muito perto da baliza de Trapa.
No minuto seguinte, o sexto, de novo Henrique Vicente a ficar na cara de Trapa com tudo para inaugurar o marcador. O guarda redes, numa estirada com o pé, levou a melhor.
Aos oito minutos Luiz Fernando descobriu Rodriguinho sem marcação mas o brasileiro naturalizado catari rematou para fora. Dois minutos depois o mesmo Rodriguinho acertou com o alvo mas Trapa, com uma grande defesa, defendeu para canto.
Estava-se a meio do primeiro tempo num jogo repartido com uma entrada por cima do Eléctrico, resposta pronta do Modicus e os pontessorenses a voltarem a ser superiores, desperdiçando as melhores ocasiões para marcar.
Aos 12 minutos o Modicus esteve muito perto de abrir a contagem. O pivot Willian Carioca rematou forte levando o esférico ao poste da baliza de Diogo Basílio. Na resposta Henrique Vicente, muito interventivo no jogo, isolou-se mas permitiu uma excelente defesa de Trapa.
O minuto 13 poderia ter sido aziago para a equipa de Kitó. Um livre muito bem ensaiado levou a bola a rondar a baliza. Em posição frontal Fábio tocou curto para Márcio que disparou por cima, muito perto do alvo.
Pouco depois o golo voltou a estar próximo. Márcio rematou forte e valeu o desvio de Rodriguinho para canto. Na cobrança novo remate de Márcio valeu novo canto.
Contrariando o bom momento do Modicus, a pressionar muito alto e a empurrar o Eléctrico para a sua zona defensiva, Henrique Vicente roubou a bola e desencadeou o contra golpe em vantagem numérica de três para um.
O passe para Rodriguinho saiu defeituoso e gorou-se uma excelente ocasião para os pontessorenses. Kitó Ferreira pediu uma pausa técnica e no recomeço Dudu obrigou Trapa a defesa apertada para canto. Logo a seguir o Eléctrico chegou à quinta falta com três minutos para jogar.
Aos 18 minutos Diogo Basílio brilhou a grande altura a remate de Willian Carioca, culminando uma excelente iniciativa individual do pivot brasileiro do Modicus.
No minuto seguinte Rodriguinho levou perigo à baliza dos nortenhoos e na resposta Basílio foi chamado a travar remates de Willian Carioca e de Ricardinho. Antes da buzina para tempo de intervalo o capitão dos visitantes, Óscar Santos, viu a cartolina amarela.
Bom jogo no Gimnodesportivo de Ponte de Sor onde apenas faltavam os golos para apimentarem uma excelente partida de futsal.
O segundo tempo começou com um registo semelhante ao início do jogo. O Eléctrico entrou mais pressionante dispondo de duas oportunidades flagrantes. Numa delas, após reposição lateral de Costelinha, Henrique Vicente cabeceou por cima com a baliza deserta e logo a seguir obrigou a defensiva visitante a ceder canto.
Aos 24 minutos, após queda de Rodriguinho na área dos visitantes que o árbitro não sancionou, Bruninho assistiu Márcio que na cara de Diogo Basílio atirou ao poste.
Os minutos seguintes tiveram no guarda redes Diogo Basilio o protagonista. Após uma magnífica iniciativa de Uesler, apesar de estar no chão, defendeu o remate. Logo a seguir o forte disparo de Cigano foi travado com classe e um remate de Fábio Lima teve a mesma sorte.
O Eléctrico sacudiu a pressão e a boa combinação de Luiz Fernando e Rodriguinho permitiu ao catari um chapéu que saiu de aba demasiado larga, por cima.
Pouco depois, no minuto 27, Costelinha, assistido por Rodriguinho, fez um golo espetacular, rematando em suspensão de pé esquerdo.
O guarda redes Trapa nada podia fazer e estava inaugurado o marcador com a equipa da casa a chegar à vantagem quando o adversário já contabilizava quatro faltas com um quarto de hora para jogar. O que em futsal é uma eternidade…
Durou cerca de dois minutos a vantagem dos alentejanos. Na cobrança dum canto, Óscar Santos serviu Márcio que rematou rasteiro. A bola ainda foi ao poste esquerdo de Basílio e anichou-se nas redes voltando a partida a estar empatada.
Com onze minutos para jogar estava tudo em aberto e a incerteza quanto ao resultado final pairava no pavilhão.
À passagem da meia hora de jogo a resposta do Eléctrico chegou com Costelinha a rematar muito perto do poste da baliza defendida por Trapa. Logo a seguir o jovem reforço dos alentejanos Gustavo permitiu um roubo de bola de Márcio que quase marcou. Basílio foi rápido a sair da baliza e Márcio rematou ao lado.
Aos 32 minutos o poste voltou a estar em foco ao devolver o remate de Luiz Fernando naquele que poderia ser o segundo golo do Eléctrico.
O internacional do Modicus Fábio Lima esteve muito perto de marcar logo no lance seguinte. Intercetou um passe de Gustavo e com Basílio fora da jogada atirou para fora.
As equipas começavam a apostar também na meia distância e Renan Fuzo fez o esférico passar muito perto da baliza de Trapa.
Os postes continuaram a negar mais golos. Aos 35 minutos Uesler voltou a acertar nos ferros da baliza de Diogo Basílio e o marcador manteve-se imóvel. Não por muito tempo.
Com um remate cruzado Márcio bisou na partida e operou a “remontada”, passando o Modicus a liderar o marcador. O cronómetro assinalava o 36º minuto.
Imediatamente Kitó Ferreira decide colocar a sua equipa a jogar com guarda redes avançado, com Renan Fuzo, como é habitual, a assumir esse papel. De pronto Ricardo Ferreira respondeu pedindo uma pausa técnica para definição da estratégia a adotar.
Com toda a equipa verde e branca balanceada no ataque o capitão Óscar atirou de longe mas a bola saiu um tudo nada alta. Renan Fuzo imitou-o…
Aos 39 minutos a equipa do Eléctrico foi surpreendida por uma rápida reposição lateral. Fábio Lima assistiu Ricardinho que, de cabeça, aumentou a contagem.
Com pouco mais de um minuto para jogar as forças dos alentejanos já não eram muitas de modo a encetarem uma recuperação. Com o tempo quase esgotado, na execução dum canto, Óscar Santos teve uma abordagem menos feliz e ao som da buzina o esférico enredou-se na baliza de Trapa espelhando no resultado final a diferença mínima.
Num bom jogo de futsal, vitória justa da equipa mais serena e mais eficaz, apesar das bolas nos ferros de parte a parte.
O Eléctrico continua a “travessia do deserto” tendo ainda uma hipótese de apuramento para os play-off se ultrapassar o Sporting de Braga na classificação. Mantém o 9º lugar, logo abaixo da ” linha-de-água”.
Arbitragem sem erros de maior apesar de alguma contestação, principalmente por parte dos alentejanos. Globalmente bem.
Ficha do Jogo:
ELÉCTRICO FUTEBOL CLUBE:
Diogo Basílio, Renan Fuzo, Rodriguinho, Henrique Vicente e Costelinha.
Suplentes: Marco Tavares, Diogo Mateus, Dudu, Telmo Lourenço, Gustavo, Bernardo Bonacho, Miguel Pegacha e Luiz Fernando.
Treinador: Kitó Ferreira.
ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA MOVIMENTO DINÂMICO CULTURAL SANDIM:
Trapa, Óscar Santos, Márcio Moreira, Fábio Lima e Ricardinho.
Suplentes: Tiago Velho, Rafa Fonseca, Uesler, Cigano, Tomás Santos, Renato Silva, Bruninho e Willian Carioca.
Treinador: Ricardo Ferreira.
GOLOS: Costelinha e Óscar Santos [p.b.] (Eléctrico), Márcio Moreira [2] e Ricardinho (Modicus).
Equipa de Arbitragem: Ricardo Fernandes e Miguel Castilho (AF Lisboa).
Cronometrista: Miguel Guerra (AF Lisboa).
No final fomos escutar os técnicos de ambas as equipas:
KITÓ FERREIRA (Eléctrico):
RICARDO FERREIRA (Modicus):
*Com David Belém Pereira (multimédia).
Nasceu a 30 de Janeiro de 1961 em Lisboa e cresceu no Alentejo, em Santiago do Cacém. Dali partiu em 1980 para ingressar no Exército e no Curso de Enfermagem. Foi colocado em Santa Margarida e por aqui fez carreira acabando por fixar-se no Tramagal em 2000. A sua primeira ligação à Vila "metalúrgica" surge em 1988 como Enfermeiro do TSU. Munido da sua primeira câmera digital, em 2009 e com a passagem à situação de reserva, começou a registar a fauna do Vale do Tejo, a natureza e o património edificado da região, as ruas, as pessoas... Com colaborações regulares em jornais da região e nacionais este autodidata acaba por conseguir o reconhecimento público, materializado em alguns prémios. Foi galardoado na 8ª Gala de Cultura e Desporto de Tramagal na categoria de Artes Plásticas (Fotografia) em 2013.