CENTRO CULTURA E DESPORTO DE CAXARIAS 4 – TRAMAGAL SPORT UNIÃO 1
Campeonato Distrital AFS – 2ªDivisão – Série A – 10ªjornada
Campo da Chã em Caxarias
10-01-2021
Numa gélida manhã de inverno, com o sol a fazer a sua aparição, já perto da hora do jogo, encontraram-se no bonito complexo desportivo onde se situa o campo da Chã duas boas equipas do campeonato secundário, com ambições idênticas e um percurso semelhante na primeira volta.
Bem presente na lembrança estavam os quatro golos sem resposta que a equipa do concelho de Ourém “brindou” os tramagalenses, no Comendador, na ronda inaugural deste campeonato.
O Tramagal, depois de impor a primeira derrota ao líder Espinheirense, tinha a vitória como alvo, única forma de manter o objetivo da subida bem vivo. Mas o Caxarias é uma equipa bem apetrechada e após vitória robusta sobre a Atalaia queria vencer este adversário direto na luta pela “poule” da promoção.
Começaram melhor os “azuis” de Júlio Batista e no minuto inicial Pisco isolou-se na área e à saída do guarda redes André Diamantino enviou a bola muito perto do segundo poste mas pelo lado de fora.
Após este sério aviso, a equipa da casa respondeu do melhor modo. Mamadu assistiu Breno que rematou forte, ainda de fora da área. Não passou longe da baliza à guarda de João Félix. À passagem do quinto minuto o capitão do Caxarias, Luís Lopes, rematou às malhas laterais, provocando mais um calafrio aos “metalúrgicos”.
No minuto seguinte um livre para os visitantes deu a David Nunes ensejo para bater contra a barreira, ganhando um canto. Na conversão o árbitro Rafael Massano descortinou uma falta atacante.
Após esta entrada de rompante, com as equipas a quererem resolver a questão bem cedo, assistiu-se a uma acalmia que permitiu o encaixe de ambos os conjuntos e momentos de algum equilíbrio, jogando-se muito sobre o meio campo.
Só para lá do quarto de hora se voltou a vibrar com a hipótese de haver golo. Uma falta sobre Mamadu Tcham levou Luís Lopes para a entrada da área, proporcionando ao guarda redes visitante uma boa defesa para canto.
Na conversão, Félix não “amarrou” e o Caxarias beneficiou de novo canto. Évora rematou contra o capitão Gonçalo Fernandes voltando o esférico para o quarto de ciclo.
Após sacudir algum ascendente da equipa comandada por Marco Marques, o Tramagal ensaiou uma boa resposta por Pisco que, em velocidade, foi à linha de fundo cruzar para as luvas dum atento André, guarda redes da casa.
O Tramagal usava a velocidade dos seus alas para esticar o jogo a toda a largura do relvado. Aos 27 minutos Grilo foi cruzar do lado direito e ganhou um canto.
À passagem da meia hora os “azuis” tiveram uma soberana ocasião para abrir o marcador. Roma isolou-se na cara do guarda redes do Caxarias e rematou à figura. André Diamantino iria conseguir agarrar à segunda, esconjurando o perigo.
Apesar da toada ser de equilíbrio, a equipa da casa parecia mais acutilante, obrigando a defensiva tramagalense a atenção permanente. Aos 34 minutos, Mamadu, com um toque de habilidade, ganhou o esférico no seu meio campo, ganhou metros e tentou um chapéu a Félix mas muito por alto.
No minuto seguinte Dominic embalou, fazendo uso da sua velocidade, foi cruzar à linha de fundo, obrigando a defensiva forasteira a ceder canto. Na conversão a bola enviada para a entrada da área foi rematada com violência obrigando Félix a defesa para zona proibida onde surgiu Marco Freitas a inaugurar o marcador.
O Caxarias passava para a liderança aos 37 minutos obrigando os pupilos de Júlio Batista, ausente do banco por castigo, a correrem atrás do prejuízo.
Na reposição, os homens da casa recuperaram o esférico e Kiko cruzou para Gonçalo Fernandes, de cabeça, ceder canto.
À passagem dos quarenta minutos Breno, muito ativo na partida, “tirou um coelho da cartola”…
De muito longe desferiu um remate forte e colocado não dando hipóteses ao guarda redes visitante, colocando o resultado nos dois golos de diferença.
O Tramagal foi surpreendido com estes dois golos em apenas três minutos e acusou essa realidade. A reação tardou e foi já em descontos que David Nunes rematou prensado num adversário e a bola ganhou um efeito caprichoso. O guarda redes André não conseguiu segurar e o intervalo chegou com um canto para os visitantes.
O resultado ao intervalo aceita-se pela eficácia do Caxarias que lhe valeu os dois golos. O Tramagal foi perdulário, enjeitando boas hipóteses de chegar ao golo.
Júlio Batista não podia estar satisfeito com o desenrolar dos acontecimentos e deixou Espadinha no balneário lançando no jogo o jovem avançado Zé Garcia. Pretendia um maior preenchimento do espaço em frente aos centrais da casa passando a jogar com um tridente bem subido no terreno. Só que nem deu para aquecer…
Na bola de saída, com escassos segundos decorridos na segunda parte, Breno isolou-se e na cara de João Felix rematou a contar, aumentando a vantagem da sua equipa para três golos sem resposta.
Apesar de se pressentir que este golo de Breno, o segundo da sua conta pessoal, havia sentenciado a partida, ainda havia todo o segundo tempo para jogar. Os tramagalenses, numa demonstração de carácter, não deram o jogo por perdido e tiveram uma digna atitude que só valorizou o jogo e o labor do Caxarias.
Na reposição ganharam um canto em que o guarda redes André teve de se empregar a fundo, defendendo a soco. Ao 50 minutos Roma tentou rodar na área sobre um adversário que o derrubou de forma faltosa. O árbitro teve outro entendimento e ficou uma grande penalidade por marcar.
Aos 53 minutos um cruzamento largo do lado direito do ataque do Tramagal, à procura de Grilo dentro da área, foi resolvido por China, cedendo canto.
Na conversão do canto, após uma monumental confusão na área dos donos da casa, o árbitro descortinou uma “mão” dum defensor “rubro-negro”, apontando a marca dos onze metros.
Apesar da mão ser visível por quem estava no campo da Chã, o guarda redes André foi carregado em falta, não devendo a penalidade ser concedida. David Nunes reduziu para os visitantes.
Este golo, merecido diga-se, teve o condão de fazer pairar alguma incerteza no resultado, sendo, no entanto muito difícil anular tão grande desvantagem. Os tramagalenses acreditavam e logo aos 56 minutos, numa boa transição ofensiva, criaram muito perigo que Rui Oliveira resolveu, despachando para canto.
No minuto seguinte Roma testou a sua meia distância mas o remate não levou o rumo correto. Com uma hora de jogo, com o Tramagal Sport União num bom momento, o rápido contra ataque só não resultou porque Grilo estava em posição irregular.
Aos 63 minutos Zé Garcia rematou fraco e com má direção a culminar uma série de cantos favoráveis à equipa que viajou da Vila Convívio.
Pouco depois, aos 65 minutos, Júlio Batista resolveu meter a “carne toda no assador” e lançou o possante avançado Singéis, tirando um central, na circunstância, Pedro Alves.
Com os “azuis” balanceados para o ataque o Caxarias, após um roubo de bola de Mamadu, tentou partir para o contra golpe obrigando Gonçalo Fernandes a fazer uma falta feia que lhe valeu a amostragem da cartolina amarela.
Estava-se no minuto 70 e o livre, descaído pela direita foi exemplarmente cobrado permitindo a Mamadu Tcham, de cabeça, registar o seu nome nos marcadores de golos da partida e encerrar as contas no que a golos dizia respeito.
Com o resultado “feito” restava aos protagonistas da partida darem um bom espetáculo a quem viu pela Internet e aos poucos que puderam ver ao vivo.
Dois minutos após o golo Singéis, de cabeça, dentro da área obrigou André a mostrar serviço. Pouco depois os visitantes beneficiaram dum livre direto que o guarda redes do Caxarias defendeu a punho. Na segunda vaga Grilo cometeu falta ofensiva.
Aos 75 minutos David Nunes, na cobrança dum livre em zona frontal, acertou no poste da baliza da equipa da casa. A defesa tirou para canto.
Felipi Rigoleto, acabado de entrar, aos 78 minutos, aproveitou o facto de estar fresco e engrenou a “rapidíssima” só parando na linha de fundo, de onde cruzou com o guarda redes Félix fora dos postes. Valeu o central Nalha que tirou de cabeça.
Com o guarda redes tramagalense a jogar tipo líbero, Mamadu rematou para a baliza deserta mas saiu ao lado numa ocasião soberana para aumentar o “score”.
Aos 85 minutos Felipi rematou forte contra Bernardo Barreiros passando muito perto do travessão da baliza dos visitantes.
Com cinco minutos de compensação ainda houve tempo para um livre para os visitantes que o defesa Manecas resolveu. Pouco depois Rafael Massano deu o jogo como concluído.
Bom jogo de campeonato com duas equipas que se preocupam em jogar à bola, com critério, possuindo jogadores com capacidade acima da média. A vitória do Caxarias não sofre qualquer contestação embora os números penalizem demasiado o clube da borboleta.
Registe-se o ambiente de grande cordialidade entre os elementos das duas equipas lideradas pelos presidentes Joaquim José e João Serafim, numa salutar convivência a merecer o nosso “cartão branco” de Ética Desportiva.
Arbitragem sem problemas, correta até às grandes penalidades. Aí, pensamos que terá ajuizado menos bem. Não teve, contudo, influência no resultado.
Ficha do jogo:
CENTRO CULTURA E DESPORTO DE CAXARIAS:
André Diamantino, Luís Lopes, China, Rui Oliveira, Marco Freitas, Telmo Ferreira, Dominic, Ricardo èvora (Manecas), Kiko (Felipi), Breno (Diogo) e Mamadu Tcham (Mauro).
Suplentes não utilizados: Francisco Ferreira, Piri e Maniche.
Treinador: Marco Marques.
TRAMAGAL SPORT UNIÃO:
João Félix, Espadinha (Zé Garcia), Nalha, Pedro Alves (Singéis), Gonçalo Fernandes, Rui Costa, David Nunes, Roma, Bernardo Barreiros, Grilo (Tiago Damas) e Pisco.
Suplentes não utilizados: João Mação, Pisco II e Leal.
Treinador: Júlio Batista.
GOLOS: Breno [2], Mamadu Tcham e Marco Freitas (Caxarias); David Nunes (Tramagal).
EQUIPA DE ARBITRAGEM:
Rafael Massano, Miguel Marques e Frederico Constantino.
DISCIPLINA
Cartão amarelo: Marco Freitas, Dominic, Kiko e Mamadu Tcham (Caxarias); Espadinha, Gonçalo Fernandes e Rui Costa (Tramagal).
No final fomos ouvir os técnicos de ambas as equipas:
MARCO MARQUES (Caxarias)
JÚLIO BATISTA (Tramagal)
*Com David Belém Pereira (multimédia).