GRUPO DESPORTIVO VITÓRIA DE SERNACHE 0 – SPORT BENFICA E CASTELO BRANCO 0
Campeonato de Portugal – Série E – 15ª jornada (em atraso)
Estádio Municipal Nuno Álvares Pereira
Cernache do Bonjardim – 21-03-2021
Para o bonito Estádio Municipal Nuno Álvares Pereira em Cernache do Bonjardim estava agendado o jogo em atraso da 15ª jornada entre o Vitória local e as “águias” da sede do distrito. Os albicastrenses já carimbaram a passagem aos play-off de apuramento para a III Liga mas procuram o lugar mais favorável no emparelhamento.
Já a equipa de Cernache do Bonjardim luta com um olho na despromoção e outro na possibilidade de discutir a fase de subida. Condimentos mais do que suficientes para se assistir a um jogo disputado de forma renhida.
E os protagonistas não desiludiram…
A equipa de Ricardo Nascimento, com meia equipa no “estaleiro” e a cumprir castigo federativo, teve de encontrar nos jogadores menos utilizados as soluções para levar de vencida um adversário em tudo favorito.
Conhecedor da equipa do Vitória, o treinador dos benfiquistas, Pedro Barroso, rodeou-se de cautelas, prevenindo algum dissabor.
Com as equipas a encaixarem os lances de ataque nos primeiros minutos foram nulos, jogando-se sobre a zona do meio campo. Só aos sete minutos um roubo de bola a meio campo permitiu a Sani galgar terreno, enquadrar-se e rematar. A bola sobrevoou a baliza de Caio.
Aos dez minutos, Hugo Abreu acorreu a um cruzamento da direita e pareceu carregado em falta no coração da área. Não foi esse o entendimento do árbitro da partida e o jogo prosseguiu sob forte contestação do banco da equipa da casa. O lance deixou muitas dúvidas…
Respondeu o Benfica albicastrense através de Kalunga que subiu velozmente pela ala esquerda e assistiu na perfeição para onde estava Murillo que falhou o remate, gorando-se a iniciativa.
À passagem do quarto de hora a equipa de Pedro Barroso voltou a assediar a baliza de Ohoulo Framelin através dum pontapé de canto onde a cabeçada de Babia Issouf foi desviado na defensiva originando novo canto.
Resolvido o lance pelo guarda redes, rapidamente o Sernache partiu para o contra ataque com Gustavo Gandra a perder-se em “rodriguinhos” acabando desarmado.
Aos 19 minutos novo coro de protestos da parte do staff da casa por alegada mão dentro da área do Castelo Branco. Bem posicionado, o árbitro Diogo Vicente nada assinalou.
Logo a seguir Ibraima sofreu falta dura e ficou caído enquanto se “armava” uma confusão monumental junto ao banco da equipa da casa. Serenamente, Diogo Vicente colocou água na fervura e o “sururu” não passou disso mesmo…
À passagem dos 25 minutos Amadu Turé ensaiou forte remate de meia distância com o guarda redes da casa a ter dificuldade em parar a bola. Largou o esférico e valeram os colegas da defensiva que afastaram.
Em cima da meia hora Balla Sangaré ensaiou um “raid” na área albicastrense e cruzou contra um defesa ganhando um canto. Na conversão o remate acrobático de Sani não levou a melhor direção. Perdeu-se pela linha de fundo.
Responderam os “encarnados” por Amadu Turé. O forte remate proporcionou a Framelin uma enorme defesa. Pouco depois Framelin voltou à liça ao defender e a largar de novo o esférico. A defensiva completou o alívio.
Os guarda redes seriam os protagonistas desta partida ao garantirem a inviolabilidade das suas redes. Aos 35 minutos Ohoulo voltou a brilhar a remate de meia distância de Bruno Rafael. Defendeu para canto.
Na conversão do canto o guarda redes foi carregado na sua área de proteção. Numa fase de forte pressão do Benfica de Castelo Branco, Kalunga testou novamente Ohoulo e ganhou novo canto. Bruno Rafael subiu à área contrária para rematar por cima.
Aos 39 minutos Balla Sangaré, em iniciativa individual, entrou na área em zona frontal, enquadrou-se e rematou por cima da baliza à guarda de Caio.
O Sernache sacudira a pressão e era do outro lado do campo que se viviam os momentos de aflição.
Ricardo Silva, de longe, obrigou André Caio a enorme defesa para canto. Logo a seguir o “mártir” de serviço, Ibraima, voltou a sofrer uma dura falta de Kalunga que viu a cartolina amarela.
O tempo da primeira parte esgotou-se com Ricardo Silva a bater de forma perfeita um livre favorável ao Vitória. Batido para a base do poste do lado direito de Caio, obrigou a defesa apertada, negando a hipótese da equipa da casa ir para o descanso a vencer.
O intervalo chegou com um resultado aceitável, onde, num bom jogo, apenas faltavam os golos. Expectativas em alta para o tempo complementar.
Não desiludiu…
Se a primeira parte foi jogada em toada de equilíbrio com ocasiões repartidas a segunda não foi muito diferente.
Enquanto as forças permitiram o jogo decorreu em parada e resposta, com as defesas a superarem os ataques. Sinal mais para os guarda redes de ambas as equipas. Faltaram os golos…
O primeiro sinal de perigo, aos 50 minutos, pertenceu à equipa da casa com Gustavo Gandra a subir pela ala direita. Ganhou a linha de fundo e cruzou para Balla Sangaré que não decidiu da melhor forma, gorando-se o lance.
Gustavo Gandra voltou a estar em foco minutos depois. Como a progressão estava difícil tentou a meia distância depois de boa diagonal interior. O esférico ganhou altura e saiu sobre o travessão da baliza de Caio.
O Sernache estava melhor no recomeço empurrando a equipa de Castelo Branco para trás, deixando a equipa de Pedro Barroso desconfortável na partida. Aos 59 minutos Vareiro foi ao meio campo do adversário arriscar o pontapé de longe que passou por cima do alvo.
A resposta dos visitantes, já para lá da hora de jogo, surgiu na forma dum livre do lado esquerdo do ataque albicastrense. Na área de Sernache vários remates acrobáticos não chegaram a incomodar Ohoulo.
Logo a seguir Amadu Turé teve uma entrada muito dura e viu a cartolina amarela. O Benfica de Castelo Branco começou a livrar-se da pressão cada vez menos acentuada por nítida quebra física da equipa da casa.
Aos 66 minutos Kalunga acorreu a um cruzamento bem medido mas falhou na cara do guarda redes. O choque, inevitável, deixou ambos tocados. Entretanto os benfiquistas começaram a ter as rédeas do jogo, criando dificuldades à equipa da casa.
Apesar desse ascendente, o Sernache nunca enjeitou a possibilidade de criar perigo.
Aos 77 minutos Gustavo Gandra, após bom trabalho de pés, rematou forte obrigando André Caio a esforçar-se. Defendeu com enorme dificuldade, não evitando o pontapé de canto.
Foi de bola parada, já aos 89 minutos, que o Benfica obrigou Ohoulo Framelin a nova intervenção de elevada dificuldade. Defendeu à segunda mantendo o nulo.
Com a placa a indicar a concessão de mais seis minutos a título de compensação pouco aconteceu. Com as equipas conformadas com um resultado que servia a ambas, apenas um canto resultante dum centro remate de Akiode levou algum perigo à baliza de Caio.
Pouco depois Diogo Vicente deu o jogo como terminado. Resultado ajustado. Faltou a emoção dos golos num jogo em que os jogadores nunca viraram a cara à luta.
Boa arbitragem do jovem escalabitano Diogo Vicente e seus auxiliares. Na queda de Hugo Abreu logo aos 10 minutos damos o benefício da dúvida.
Ficha do jogo:
GRUPO DESPORTIVO VITÓRIA DE SERNACHE:
Ohoulo Framelin, Vareiro, Gustavo Gandra, Davi Maciel, Anderson Pereira (Diogo Petiz), Ibraima, Hugo Abreu, Ricardo Silva (Akiode), Sani, Samuel e Balla Sangaré.
Suplentes não utilizados: André Lima, Ricardo Sousa e Rudy.
Treinador: Ricardo Nascimento.
SPORT BENFICA E CASTELO BRANCO:
André Caio, Daniel Rodriguez, Bruno Rafael, Babia Issouf, Diogo Preto, Guilherme Campos, Murillo Rosa, Paulo Moreira (Miguel Abreu), Miguel Lopes (Lucas Reis), Amadu Turé (Júlio Alves) e Kalunga (Clayton Leite).
Suplentes não utilizados: Miguel Assunção, Fábio Trindade e Iko Caetano.
Treinador: Pedro Barroso.
EQUIPA DE ARBITRAGEM:
Diogo Vicente, Francisco Pereira e Henrique Paula (AF Santarém).
No final fomos escutar os dois treinadores:
RICARDO NASCIMENTO (Treinador do Sernache)
PEDRO BARROSO (Treinador do Benfica de Castelo Branco)
Com David Belém Pereira (multimédia).
Nasceu a 30 de Janeiro de 1961 em Lisboa e cresceu no Alentejo, em Santiago do Cacém. Dali partiu em 1980 para ingressar no Exército e no Curso de Enfermagem. Foi colocado em Santa Margarida e por aqui fez carreira acabando por fixar-se no Tramagal em 2000. A sua primeira ligação à Vila "metalúrgica" surge em 1988 como Enfermeiro do TSU. Munido da sua primeira câmera digital, em 2009 e com a passagem à situação de reserva, começou a registar a fauna do Vale do Tejo, a natureza e o património edificado da região, as ruas, as pessoas... Com colaborações regulares em jornais da região e nacionais este autodidata acaba por conseguir o reconhecimento público, materializado em alguns prémios. Foi galardoado na 8ª Gala de Cultura e Desporto de Tramagal na categoria de Artes Plásticas (Fotografia) em 2013.