1 de maio de 2016, 17.45 horas, Entroncamento
Taça do Ribatejo de Seniores – Final
Clube Atlético Riachense 0 – Associação Desportiva Fazendense 0
(3-4 no desempate na marcação das grandes penalidades)
Último jogo da época entre duas equipas com percursos diferentes no campeonato mas que chegavam ao Bonito com legitimas ambições em vencer a Taça do Ribatejo. A vitória na edição 2015-2016 da Taça do Ribatejo, valia a ambos os conjuntos a conquista de algo esta época, mas também o passar a ser o clube com mais Taças Ribatejo no distrito, pois ambos já detinham na sua Galeria de Troféus três Taças.
Com a Associação de Futebol de Santarém a querer (e conseguiu), através da sua organização, transformar a Final da Taça numa festa de pompa e circunstância, a entrada das equipas começou por fazer-se sobre a tónica do fair-play, com os jogadores das equipas a entrarem no relvado acompanhados de crianças equipadas com as cores do adversário da tarde.
Antes do inicio da partida seguiu-se um homenagem a Laranjeiro, jogador do Riachense que disputa uma partida mais importante que um simples jogo de futebol, a da luta pela vida. Foi agraciado com uma lembrança e o carinho dos jogadores do Fazendense e deu o pontapé de saída da Final.
Quanto ao jogo jogado, a primeira parte foi algo fechada, com as duas equipas a exercerem marcação zonal às peças influentes do adversário e a tirarem os espaços que o opositor queria conquistar para explanar o seu futebol. Mérito ao trabalho tático dos treinadores. Com bola os riachenses apresentavam um 3-4-3 e sem bola um 4-4-2, ao passo que os “charnecos”, sem bola tinham um esquema parecido com o adversário e com bola, distribuíam as pedras no que parecia ser um 3-5-2.
Os primeiros 45 minutos não teve muitas ocasiões para agitar as bancadas, ainda assim, registo para algumas situações de frisson. A terminar o primeiro quarto de hora, Isas trabalha bem sobre a defensiva alvi-negra, consegue espaço para entrar na área mas na hora do remate, o experiente Galrinho leu-lhe bem a intenção e roubou-lhe a bola.
Antes da meia-hora, voltam os auri-negros a criar perigo. Minuto 26, Salcedas serpenteia por entre dois adversários, entra na área mas remata ás malhas laterais e ao minuto 29, após um livre que a defensiva de Riachos demora a aliviar, o esférico sobra para Salcedas, valendo novamente Galrinho.
Já nos últimos dez minutos, foi Isas que ganhou a luta com Bernas, consegue o remate mas Galrinho opõem-se com segurança. Uma nota para Galrinho. Fruto, talvez, da sua enorme experiência, é eficaz, faz defesas apertadas mas tudo parece ser natural e tranquilo.
A finalizar surge a melhor oportunidade para o Riachense. Freitas chega com a cabeça onde Nuno Sebastião não chegou com as mãos, mas quando a bola se encaminhava para a baliza, surge Fábio a salvar sobre a linha fatal.
Ao intervalo registo para um nulo, que se aceitava, mesmo com o Fazendense a rematar mais à baliza contrária que o seu opositor.
A segunda parte foi um pouco mais aberta, com o Riachense a ter ascendente no jogo, muito fruto do surgimento na partida de Filipe Pereira e de maior “peso” no centro do terreno de Prates, mas também não conseguiu materializar esse ascendente em golo. Viram-se boas combinações de parte a parte e alguns lances de bom futebol.
Logo ao terceiro minuto, Filipe Pereira entra bem pela esquerda, cruza para Moleiro, tendo este ajeitado para quem iria aparecer de trás, mas Freitas estava adiantado, perdendo-se a bola na defesa do Fazendense. Sete minutos volvidos, surge novo aviso do Riachense através de Prates, mas o remate sai um tudo nada por cima.
Antes dos quinze minutos (13), de um livre lateral cruzado para a área do Riachense, Salcedas em boa posição, se bem que estorvado por um adversário, cabeceia por cima da baliza de Galrinho.
Após minutos de parada resposta, as jogadas de perigo, dignas de realce terminam ao minuto 73, já com o Riachense a demonstrar mais frescura física que o adversário. Uma jogada coletiva de ataque, envolvente e bem desenhada pela direita do ataque riachense, Bernardo flete para a zona central, serpenteando entre três adversário, ganha enquadramento, mas na hora do remate a força já falhava, tendo o remate saído na direção de Nuno Sebastião.
Até ao apito final, a única nota de maior interesse foi mesmo a troca de guarda-redes no Riachense, em tempo de descontos, com vista ao desempate pela marcação de grandes penalidades.
Para uns é uma lotaria, para outros é um gesto técnico que se treina, tanto para quem bate como para quem defende, mas o que é certo é que nas grandes penalidades o Fazendense marcou mais vezes, tendo vencido a Taça do Ribatejo 2015-2016.
Para além do prémio coletivo, foi entregue o Prémio de Homem do Jogo a Salcedas, distinção que resultou da votação dos repórteres e jornalistas acreditados presentes. Salcedas esteve de facto uns furos acima que a maioria dos jogadores em campo, no entanto queremos também referenciar, Isas (Fazendense), Filipe Pereira e Prates (Riachense).
Por fim falar do trabalho do quarteto de arbitragem. Quanto aos trabalho dos auxiliares não temos nada a referenciar. Samuel Dionísio e Nuno Ferreira estiveram em excelente plano, muito atentos ao que era sua competência, auxiliando nas decisões mais complicadas o seu “chefe” de equipa. João Bento, em nossa opinião, só pode ter ficado satisfeito com o que fez. Concentrado, cumprindo diagonais, revelando bom entendimento de sinalética com os seus assistentes e denotando uma condição física exemplar, estando sempre em cima dos lances. Disciplinarmente esteve muito bem, tecnicamente também, embora saibamos que das muitas decisões que um árbitro tem que tomar durante um jogo, não acerta em todas. Um único reparo, mas que não mancha em nada a sua exibição. Por vezes com a vontade de manter a fluidez do jogo, ao assinalar uma infração deixava, talvez rápido de mais, “de ter olhos” no local da falta, quando ainda se encontravam no local jogadores de ambas as equipas. Última palavra para Hugo Silva (4º árbitro). Quase sempre a assistência não entende o trabalho deste elemento da equipa de arbitragem, mas que é importante no controlo dos bancos (despreocupando os outros três elementos nesse aspeto) e não só. Agora com as novas tecnologias (sistemas de comunicação que usam) são mais dois olhos que ajudam (para o bem ou para o mal, ontem foi para o bem) nas decisões a tomar na gestão de um jogo.
Ficha do jogo
Campo nº1 do Complexo Desportivo Municipal do Bonito
Árbitros: João Bento, Nuno Ferreira, Samuel Dionísio e Hugo Silva (4º árbitro)
CA Riachense
Galrinho (Mação), João Alves, Marco Gomes (Júlio), Prates, Paulito, Moleiro, Filipe Pereira, Bernas, Freitas, João Guerreiro (Bernardo) e Nalha
Suplentes: Mação, Bernardo, Singéis, Júlio, Marco Carvalho, Tiago Silva e Gonçalo
Treinador: Mário Nelson
AD Fazendense
Nuno Sebastião, Fábio, Edu, Fred, Liká, Melro, Salcedas, Luís Carlos, Joel, Isas e Peralta
Suplentes: Alexandre, Tiaguinho, Zé Miguel, Gabry, Tiago Santos, Miguel Dionísio e Pereira
Treinador: Rogério Vasconcelos
Cartão amarelo: Filipe Pereira (10′), Nalha (28′) ; Fred (11′), Melro (65′), Joel (77′) e Liká (88′)
Grandes penalidades: Joel (0-1), Filipe Pereira (1-1), Tiaguinho (1-2), Freitas (2-2), Liká (2-3), Prates (3-3), Edu (3-4), Nalha (3-4), Pereira (3-4) e Paulito (3-4).
Marcação das grandes penalidades:
Logo após a marcação da última grande penalidade e já com a festa auri-negra em pleno relvado, Botas Moreira, Presidente do Fazendense, juntou-se aos seus jogadores com o “Champagne” para os festejos.
De realçar também o facto de oito jogadores do Fazendense se terem tornado em Bi-Campeões da Taça do Ribatejo, pois na época transata, conquistaram a prova ao serviço do Coruchense. São eles Joel, Tiaguinho, Salcedas, Fred, Gabry, Melro, Edu e Luís Carlos.
Para a história fica o momento da entrega da Taça do Ribatejo 2015-2016 ao capitão Fábio do Fazendense.
A opinião dos treinadores:
Mário Nelson (Riachense)
Rogério Vasconcelos (Fazendense)
Tem 41 anos e uma profissão que tudo tem que ver com jornalismo e informação... Engenheiro Eletrotécnico. O gosto pela informação desportiva ganhou-o ainda criança com o pai e a mãe na rádio. A informação escrita é uma nova aventura. Acredita que o desporto é fator de promoção e desenvolvimento regional e de aproximação "das gentes", pelo que noticiá-lo é um imperativo. Praticou várias modalidades, foi treinador e árbitro de basquetebol. É casado e tem uma filha que o obriga a correr. Colabora na Antena Desportiva da rádio Antena Livre, sendo a rádio uma das suas maiores paixões.