A Feira Nacional da Agricultura, que decorrerá em Santarém de 10 a 18 de junho, tem este ano por tema os cereais, produção que vai “receber” os visitantes com culturas instaladas na entrada do Centro Nacional de Exposições.
“Queremos chamar a atenção do público para a importância da agricultura” e, no caso dos cereais, para as dificuldades de produção deste tipo de cultura num país mediterrânico, disse à Lusa o administrador do Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA) e secretário-geral da Confederação de Agricultores de Portugal (CAP), Luís Mira.
A 54.ª edição da Feira Nacional da Agricultura, e 64.ª Feira do Ribatejo, foi apresentada na presença do novo presidente da CAP e do conselho de administração do CNEMA, Eduardo Oliveira e Sousa, e do diretor executivo do Centro Nacional de Exposições, Vasco Gracias.
“Na vida podemos precisar de um médico talvez cinco vezes na vida, de um advogado cinco ou dez, mas do agricultor precisamos todos os dias e as pessoas esquecem-se disso”, disse Luís Mira, salientando que “a simbologia dos cereais e do pão” levou o CNEMA a escolher este tema, patente desde logo na decoração que receberá o visitante à chegada, com várias culturas instaladas no largo que dá acesso ao edifício.
Para o responsável da feira, o certame tem procurado igualmente “explicar às pessoas que hoje há uma grande preocupação da produção agrícola com a sustentabilidade”, sendo que, tal como acontece no resto do setor, também os cereais atualmente são produzidos “com menos herbicidas, menos pesticidas”.
Esperando mais de 200.000 visitantes e 40.000 profissionais, a organização tem vindo a apostar na melhoria das condições de acolhimento, estando a preparar um novo parque de estacionamento para mais 1.200 viaturas (com uma área reservada aos expositores) e a colocar mais zonas de sombreamento, nomeadamente na rua de acesso à restauração e na que ladeia a exposição de máquinas agrícolas.
Luís Mira realçou ainda a aposta da FNA nas “Conversas de Agricultura”, com mais de 30 seminários e iniciativas para profissionais agendadas, salientando a presença de especialistas nacionais e estrangeiros e de eurodeputados – nomeadamente no debate sobre o impacto da saída do Reino Unido no orçamento da União Europeia – e a discussão de temas como inovação tecnológica e economia circular no setor.
Apontou a importância dada ao cavalo e à pecuária, com a realização de numerosos concursos e provas nacionais.
Destaca os vencedores dos concursos de produtos portugueses – pão, broas, empadas, gelados, folares, doçaria conventual e tradicional, enchidos, licores, carnes, ervas aromáticas, azeitonas, azeites, vinagres, mel, vinhos -, “permitindo o contacto direto do consumidor com o que de melhor se faz no setor” em Portugal.
No mesmo espaço, o Salão Prazer de Provar e as “provas na cozinha” dão a degustar produtos “de grande qualidade”, estendendo-se a oferta do que “de melhor se produz em Portugal” ao espaço onde se concentram os restaurantes de carnes autóctones e as tasquinhas de associações e coletividades da região.
Luís Mira afirmou que o investimento da organização nos espetáculos tem vindo a diminuir, uma vez que este não é o principal motivo de atração de visitantes, estando programados para a edição deste ano concertos com Richie Campbell, David Antunes, Ana Moura e Ana Carolina, este a terminar, no último dia, com um espetáculo de fogo de artifício.
A FNA, que volta a acolher, na nave B, a Feira Empresarial da Região de Santarém, mantém igualmente a vertente tradicional da Feira do Ribatejo, com largadas de touros, campinos e ranchos folclóricos.
Oliveira e Sousa referiu que a grande preocupação do certame é “comunicar” com os consumidores e levá-los a contactar diretamente com o setor, salientando a ação para crianças que vai acontecer no Dia Nacional do Agricultor.
Luís Mira salientou a parceria com a CP, que dá descontos de 30% nos bilhetes, e a existência de autocarros de livre acesso a partir da estação ferroviária e da cidade.
Agência de Notícias de Portugal