Desde o dia 29 de março e até ao dia 9 de abril, a Escola de Hotelaria de Fátima (EHF) está a desenvolver a 6ª edição do seu Festival de Gastronomia “Cozinhas do Mundo”, este ano focado na cozinha portuguesa. Os fogões e mesas de confeção foram colocados em redor do restaurante, sendo a comida agora preparada “ao vivo” perante a assistência dos clientes. Mais pressão e mais exigência neste novo modelo de Festival, que, em cada dia, tem prevista a presença de 60 pessoas a jantar. Esta é, afinal, a derradeira prova de avaliação dos alunos de 12º ano dos cursos de Cozinha/Pastelaria e Restaurante/Bar da EHF.
Cinco bancadas, cinco “restaurantes”, equipas encabeçadas por alunos finalistas de Cozinha e Restaurante que se focam nas respetivas áreas de formação (confeção e serviço). O cliente, com registo prévio, escolhe um dos restaurantes presentes no respetivo dia de Festival, no que dá uma média de 12 pessoas para cada grupo. O júri já passou pelas diversas bancadas e no final vai provar cada uma das cinco ementas. No dia seguinte o ritual repete-se, com novas equipas a serem avaliadas.
Parece cenário de um qualquer reality show de culinária, mas trata-se de uma escola de formação, que na última década tem criado vários “Chefs” de sucesso e a trabalhar em restaurantes de topo no país. Os nervos acumulam-se quando os clientes entram e os jovens de 17/18 anos não escondem que este novo cenário, a cozinhar frente ao público (noutros anos a cozinha era afastada do restaurante e só o júri visionava a confeção), traz uma dose redobrada de pressão na avaliação.
Para Elisabete Marques, supervisora técnica do evento, este novo modelo permite uma “maior interação com público”, facilitando também a avaliação, anteriormente demasiado dispersa em termos de espaço. “As pessoas que vinham perdiam a noção que estavam em avaliação”, salientou ao mediotejo.net, frisando que assim se cria-se “um ambiente de avaliação e aplicação de conhecimentos em prática muito real”.
Já para Guy Doré, júri do Festival, o conceito é “fantástico” e vai permitir que os jovens tenham uma aproximação mais realista ao que os espera no mundo do trabalho. O Chef nota que ainda há falhas, as quantidades são muitas vezes em demasia para o número de clientes, mas faz tudo parte do processo de aprendizagem.
Daniela, de 16 anos, reconhece que “este ano estamos mais expostos” e que noutras edições a avaliação era feita “mais à vontade”. Mas “é sempre bom saber o bom e o mau e conhecer os erros para a próxima fazer melhor”, salienta.
Quem desejar jantar no Festival deverá registar-se na EHF. As refeições começam a ser servidas às 19h30.
Cláudia Gameiro, 32 anos, há nove a tentar entender o mundo com o olhar de jornalista. Navegando entre dois distritos, sempre com Fátima no horizonte, à descoberta de novos lugares. Não lhe peçam que fale, desenrasca-se melhor na escrita