Apresentámos a Concórdia Música em setembro do ano passado, pouco tempo antes da estreia em palco que marcou o início da relação entre a nova associação cultural do concelho e o público. Os ensaios tinham começado em maio e, um ano depois, o aniversário comemora-se com um concerto na Igreja de Nossa Senhora de Fátima. Conversámos com o mentor do projeto, Pedro Correia, sobre a data especial e o espetáculo marcado para as 21h00 deste domingo, dia 20, no qual se sopra a primeira vela.
A primeira subida ao palco da Associação Concórdia Música juntou música popular e erudita das “Óperas e Napolitanas”, trazendo a “lufada de ar fresco” que Pedro Correia referia na primeira entrevista enquanto seu diretor artístico, corroborada na altura pelas palavras de Fernando Soares, presidente da direção do projeto com afirmava querer levar as pessoas “a sair de casa”. O público ouviu ambos e marcou presença no concerto de estreia, no das Festas de S. João e da Cidade em que repetiram o repertório.
Os espetáculos natalícios, realizados no Entroncamento e em Tomar, incluíram obras como “Lux Nova”, de Eric Whitacre, “For, behold, darkness shall cover the earth”, de G.F. Haendel, “Nasceu, já nasceu”, de Fernando Lopes-Graça, “O Holy Night”, de John Rutter, ou “Jingle Bells”, de Aaron Copland. O terceiro projeto surge agora, após um ano que Pedro Correia considera “extraordinário” por ter sido marcado pela forte adesão das pessoas tanto de quem aplaude, como de quem passou a ter na agenda os ensaios na Academia do Saber.
A antiga Escola Básica nº 4 do Entroncamento continua a ser o ponto de encontro semanal e é lá que se tem ensaiado “Trinity Te Deum”, de Ēriks Ešenvalds. A obra foi apresentada em Cambridge no ano de 2012 e chega a Portugal, mas propriamente à Igreja de Nossa Senhora de Fátima, este domingo com arranjos instrumentais de Pedro Correia. No edifício em frente ao Jardim da Aranha também tem ecoado “Stars”, da autoria do mesmo compositor báltico, envolvendo quem ouve com os copos e taças tibetanas, ambos em cristal.
Igualmente cristalino é o som da harpa que contribuirá para o ambiente de “entusiasmo, união e concórdia em torno deste projeto e de coisas novas” que o maestro diz ter inspirado o nome da associação e o “Trinity Te Deum” expressa bem. A celebração do primeiro aniversário é momento de “júbilo” e de “felicidade” e algumas das peças que marcaram os primeiros concertos também serão apresentadas.
A expressão “trazer algo de novo” repete-se ao longo da conversa e não surpreende quando Pedro Correia revela a intenção da Concórdia Música apresentar um quarto projeto ainda em 2018 e estar em maturação o quinto para apresentar em 2019. As “repetições” não são colocadas de parte, acrescenta, mas o objetivo é criar produções novas que permitam criar um “portefólio diferenciado”.
A relação entre a nova associação cultural do concelho e o público já tem um ano e, ao que tudo indica, tem tendência para se ir reforçando com novidades regulares. Tentámos “levantar o véu” de algumas das surpresas que estão a ser preparadas, mas Pedro Correia prefere aumentar a expetativa por isso ficamos a aguardar ser surpreendidos novamente, a começar já neste domingo.
Recordamos a primeira entrevista a Pedro Correia e Fernando Soares em setembro de 2017 e o concerto de Natal na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, no Entroncamento, em dezembro do mesmo ano.
Concerto de Natal da Associação Concórdia Música na Igreja de NS de Fátima (Entroncamento)
Publicado por mediotejo.net em Sexta-feira, 22 de Dezembro de 2017