Quem passa na Rua Infante de Sagres nas noites de sexta-feira e sábado fica com os sentidos apurados, sobretudo o da audição. A tendência será olhar para o Parque José Pereira Caldas, Jardim da Aranha, mas a música vem do outro lado da rua, da Academia do Saber. É ali que ensaia o coro da Concórdia Música, a mais recente aposta cultural do concelho que fomos conhecer num dos ensaios que antecedem o concerto de apresentação marcado para este sábado, dia 16, no Centro Cultural do Entroncamento.
A Associação Concórdia Música nasceu com vontade de se afirmar na região como uma “lufada de “ar fresco de música erudita”, segundo o seu diretor artístico. Pedro Correia foi o principal impulsionador deste novo projeto artístico e o seu entusiasmo convenceu Fernando Soares a assumir o cargo de presidente da direção do projeto com que o primeiro quer mudar a região e o segundo pretende levar as pessoas a sair de casa.
O grupo inicial do coro era composto por pouco mais de uma dezena de elementos. Quatro meses depois quase quadruplicou e a tendência é para continuar a subir uma vez que Pedro Correia considera que os próximos passos passam pela criação de outras valências, nomeadamente o ensino da música ao público infantojuvenil e a vertente social pois “o projeto é muito mais do que música”.
Os elementos de todas as idades e residentes nos concelhos de Entroncamento, Chamusca, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha, entre outros, vão estrear-se este sábado com um repertório que junta música erudita e popular. Uma “imagem de marca” alternativa que a Concórdia Música quer reafirmar com um espetáculo natalício e ao longo de 2018 com “concertos regulares em várias épocas do ano”, diz Pedro Correia.
Para tal, salienta, é fundamental a “aderência das pessoas” neste projeto musical que considera estimulante por envolver “ideias que “nunca foram implementadas nesta zona do país”. As expetativas são elevadas, assim como a exigência aos elementos do coro que, na maioria dos casos, já trabalharam com o maestro noutros projetos musicais.
Fernando Soares destaca a “competência” do diretor artístico e o “entusiasmo e empenho” dos coralistas. Entre as dificuldades típicas de qualquer entidade em início de vida, destaca a busca por uma sede para a associação – o pedido à Câmara Municipal do Entroncamento aguarda resposta – e a obtenção de fundos que permitam adquirir equipamento e colmatar as necessidades logísticas.
Degrau a degrau, esta nova associação vai subindo de patamar com a cadência da música que ecoa na Rua Infante de Sagres desde maio no edifício da antiga Escola Básica nº 4 do Entroncamento. Os próximos são os que dão acesso ao palco do Centro Cultural da cidade no primeiro de muitos momentos em que as vozes da Associação Concórdia Música se vão fazer ouvir nos próximos tempos.