A Casa de Repouso Visconde de São Gião, da Santa Casa das Misericórdias de Torres Novas, está a terminar o período de isolamento profilático relacionado com o surto de Covid-19 detetado a 19 de janeiro. Ao todo estiveram infetadas mais de 90 pessoas, num total de 62 utentes e 29 funcionárias. Com a esperada alta médica para breve, 35 pessoas ficarão ainda positivas, havendo a lamentar a morte de quatro utentes.
Para o provedor, António Gouveia, “o pior já passou”, elogiando o esforço e dedicação da equipa e da diretora técnica. O surto foi detetado a 19 de janeiro, tendo registado um máximo de 62 utentes infetados. Entretanto, segundo o responsável, pelo menos 50 deverão ter alta nos próximos dias, bem terminando o período de isolamento. Há ainda 12 utentes que continuam a testar positivo.
ÁUDIO: PROVEDOR SANTA CASA DA MISERICÓRDIA, ANTÓNIO GOUVEIA:
Também houve um total de 25 funcionários infetados, seis dois quais deram entretanto negativo. Houve porém mais quatro positivos na última testagem, encontrando-se o número de infetados nos 23.
Neste período faleceram quatro pessoas, duas no hospital e duas na instituição. Segundo António Gouveia, eram pessoas muito fragilizadas, acamadas e com várias comorbidades. O provedor da Santa Casa das Misericórdias de Torres Novas constata também que o ano passado, no mesmo período, morreram também três pessoas, considerando ser a mortalidade típica da época de uma instituição desta natureza.
“Foi difícil o choque inicial”, admitiu, uma vez que a Casa de Repouso conseguiu passar ao lado da Covid-19 durante todo o último ano e preparava-se inclusive para a vacinação na semana do surto. “Assistiu-se a uma camaradagem enorme”, frisou, salientando a liderança da diretora técnica, que permaneceu na instituição.
De toda a equipa infetada, uma dezena das funcionárias ficou no lar a cuidar dos idosos. Duas funcionárias que testaram negativo também ficaram a trabalhar. A instituição recebeu depois apoio da Cruz Vermelha, com quatro pessoas, e do programa de apoio ao reforço de emergência do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), com mais quatro pessoas. A Casa de Repouso contratou ainda mais pessoal e transferiu funcionárias da creche, que entretanto também encerrou.
António Gouveia acredita que “o pior já passou”.
Cláudia Gameiro, 32 anos, há nove a tentar entender o mundo com o olhar de jornalista. Navegando entre dois distritos, sempre com Fátima no horizonte, à descoberta de novos lugares. Não lhe peçam que fale, desenrasca-se melhor na escrita