As estruturas de utentes da saúde do Médio Tejo foram recebidas pela Comissão de Saúde da Assembleia da República onde falaram sobre a organização dos cuidados de saúde na região do Médio Tejo.
No que se refere aos Cuidados de Saúde Primários/Centros de Saúde, as comissões de utentes salientaram “a necessidade de mais médicos, mais enfermeiros e profissionais administrativos, bem como a alteração de horários, cuidados de proximidade e ao domicílio e a aquisição e funcionamento de Unidades Móveis de Saúde”. De igual forma, foi referido que “a constituição de Unidades de Saúde Familiar não deve afetar outros serviços”.
Quanto aos cuidados hospitalares, “transmitimos a opinião de que o anúncio da recolocação do serviço de Medicina Interna, já concretizado, na Unidade Hospitalar de Torres Novas, é um passo importante e que corresponde aos anseios das populações, subscritos por dezenas de milhares de cidadãos. Mas, urge que também a Unidade de Tomar tenha Medicina Interna. Nas três unidades (Abrantes, Tomar e Torres Novas) deverá haver Urgência com qualidade, Medicina Interna, Cirurgia e Pediatria”, referem as comissões de utentes de saúde do Médio Tejo.
“Continuamos a defender o equilíbrio regional na prestação de cuidados hospitalares”, defendem, acrescentando ainda que “ficou clara a intenção de defesa da Maternidade no CHMT, na unidade de Abrantes”.
A carência de camas de cuidados continuados e paliativos foi outro dos temas falados pelas comissões de utentes que apontaram ainda “como urgente implementar a articulação entre os diversos níveis de cuidados de saúde e uma nova política de recursos humanos no sector”.
Constituídas pela CUSMT, CUSP Abrantes, CUSP Constância, CUSP Entroncamento, CUSP Torres Novas e CUSP Tomar, as estruturas de utentes da saúde abordaram ainda a importância de campanhas agressivas de promoção de hábitos de vida saudáveis, nomeadamente no combate à sinistralidade rodoviária, ao tabagismo, aos consumos exagerados de açúcar, sal e álcool.
Foi também referido o problema do abandono das farmácias das zonas rurais para as zonas urbanas, “pondo em causa o acesso a mínimos cuidados de saúde”.
No âmbito desta audiência na Comissão de Saúda da Assembleia da República foram entregues as mais de 7 mil assinaturas de tomarenses que reivindicam o regresso do internamento em Medicina Interna e a melhoria do Serviço de Urgência no Hospital Nossa Senhora da Graça, em Tomar, uma das unidades do Centro Hospitalar do Médio Tejo.