A Resitejo – Sistema Intermunicipal de Lixos do Médio Tejo, entidade responsável pela recolha e tratamento dos resíduos dos ecopontos na região, está a tentar “garantir a mais normal prestação de serviços possível”, segundo o seu Administrador Delegado. Mas Diamantino Duarte reconhece que “pode vir a acontecer que a recolha das embalagens seletivas (ecopontos) possa vir a sofrer alguns atrasos”.
Numa altura em que o país se encontra em estado de emergência devido à pandemia da Covid-19, serviços como a recolha do lixo não podem parar. E no caso da Resitejo, entidade que abrange 10 Municípios, o desafio de continuar a funcionar de forma regular, com todas as contingências e riscos, é um desafio permanente.
O jornal digital mediotejo.net colocou algumas questões a Diamantino Duarte sobre o processo de recolha e tratamento de resíduos nesta fase.
Durante este período de contingência o que muda na recolha de resíduos nos concelhos abrangidos pela Resitejo?
Atendendo ao período que o país vive e atendendo à importância do serviço que a Resitejo presta, foram tomadas as medidas entendidas como necessárias para garantir a mais normal prestação de serviços possível. As medidas tomadas garantem a transferência de todos os resíduos urbanos indiferenciados produzidos nos diversos concelhos que servimos, para tratamento na Resitejo. Por este motivo pode vir a acontecer que a recolha das embalagens seletivas (ecopontos) possa vir a sofrer alguns atrasos. Assim temos vindo a lançar junto das populações, avisos para que sempre que se dirijam a estes locais de deposição e os mesmos se encontrem cheio devem guardar este tipo de resíduos em casa e aguardar o esvaziamento daqueles equipamentos
Como tem estado a decorrer o processo de recolha nos diferentes municípios?
Até esta altura de forma normal.
Nas instalações da Resitejo na Carregueira, os trabalhos prosseguem com normalidade, por exemplo o processo de separação?
Até este momento toda a operação está a decorrer de forma normal.
Há necessidade de reforçar os recursos humanos?
Neste momento ainda não é necessário recorrer a mais pessoal.
Mas foram dispensados alguns trabalhadores?
Sim, decorrente das medidas tomadas pelo governo foram dispensados os colaboradores que por assistência à família tinham esse direito.
Que medidas de proteção adicionais foram implementadas na Resitejo por causa do Coronavírus?
Foi implementado o plano de contingência elaborado para este fim, que contempla o reforço das medidas de auto proteção de higiene e segurança para todos os colaboradores. Foram ainda tomadas outras medidas, tais como a atribuição de novos horários para a realização de determinadas recolhas e suspensas todas os trabalhos de sensibilização que se encontravam a decorrer.
Com as pessoas mais tempo em casa e menos empresas a laborar há maior ou menor produção de lixo?
Neste momento ainda não é possível poder ter certezas sobre este assunto. Só poderemos ter algumas indicações quando se realizar [e contabilizar] o fecho do mês de março.
Em relação ao processo de recolha seletiva porta-a-porta que está a ser implementada em alguns concelhos, há alguma alteração?
Este processo foi suspenso parcialmente, isto é; nos concelhos onde já estava a decorrer a recolha (Constância e Chamusca) mantivemos as recolhas, nos concelhos onde se estava a iniciar os contactos com as populações foi suspenso todo o processo.
A Resitejo abrange os concelhos de concelhos de Alcanena, Chamusca, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Golegã, Santarém, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha.
Garante cerca de 280 postos de trabalho e processa anualmente cerca de 150 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos e cerca de 10 mil toneladas de embalagens em recolha seletiva.
Ganhou o “bichinho” do jornalismo quando, no início dos anos 80, começou a trabalhar como compositor numa tipografia em Tomar. Caractere a caractere, manualmente ou na velha Linotype, alinhavava palavras que davam corpo a jornais e livros. Desde então e em vários projetos esteve sempre ligado ao jornalismo, paixão que lhe corre nas veias.