A Câmara e a Cáritas de Tomar promoveram na terça-feira um seminário para dar a conhecer aos tomarenses “a realidade das comunidades ciganas”, uma iniciativa inserida no projeto “Hai Shala?”, que significa “Conheces?”.
O vice-presidente da Câmara Municipal de Tomar, Hugo Cristóvão, disse à agência Lusa que o projeto, resultante de uma candidatura da Cáritas de Tomar em parceria com o município e um grupo informal da comunidade cigana local ao Fundo de Apoio à Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas, do Alto Comissariado para as Migrações, tem procurado envolver instituições e a comunidade local.
No seminário de ontem foram dadas a conhecer experiências envolvendo comunidades ciganas de outros pontos do país e enquadrada a história e a cultura ciganas, com o objetivo de “contribuir para a capacitação dos agentes educativos para um trabalho mais profícuo junto das crianças e jovens estudantes da etnia cigana”.
Hugo Cristóvão afirmou que, no âmbito do projeto, tem sido desenvolvido um trabalho com crianças e jovens através da música e da dança, em grupos que atuaram pela primeira vez a semana passada na receção à comunidade escolar do concelho e que voltaram ontem a mostrar-se publicamente.
Sublinhando que a comunidade cigana residente em Tomar não é muito grande (cerca de 250 pessoas), Hugo Cristóvão afirmou que a sua presença de décadas num acampamento na cidade acabou por ter “um peso muito grande”, sendo importante “ouvir, discutir e debater mitos”.
O autarca afirmou que tem havido um trabalho de envolvimento, nomeadamente junto dos agrupamentos escolares, para trabalhar a integração plena.
Além da formação dos grupos de dança e música e do trabalho com os mais jovens, o projeto “Hai Shala?”, que decore até ao final do ano, tem incluído ações para o desenvolvimento de competências profissionais e na área da saúde, nomeadamente em matéria de planeamento familiar, disse.
“Procuramos mostrar que podem sonhar e conseguir mais”, acrescentou.
Hugo Cristóvão referiu outras áreas em que o município quer intervir, como a habitação, sublinhando que, pela primeira vez, elementos da comunidade se candidataram e obtiveram habitação social, num processo que vai prosseguir.
Para a resolução do problema da habitação, a Câmara está à procura de soluções, nomeadamente recorrendo a fundos comunitários e à reabilitação de escolas devolutas, disse.
c/Lusa