Manter o Tejo no topo da agenda política e ouvir as pessoas e os problemas do rio para iniciativas de incidência parlamentar para encontrar soluções foram os motivos que levaram o PCP a realizar no sábado, em Rossio ao Sul do Tejo, Abrantes, uma audição pública de cariz popular.
A iniciativa, que juntou cerca de meia centena de pessoas, decorreu no Parque Tejo, tendo o deputado comunista António Filipe, eleito pelo círculo de Santarém, referido ao mediotejo.net que o propósito da audição tinha por objetivo “ouvir os interessados e as entidades que têm tido intervenção direta com estas questões do Tejo, para o PCP poder ter um diagnóstico mais preciso, para poder equacionar diversas iniciativas parlamentares sobre a matéria, e para manter o Tejo no topo da agenda política”.
“Viemos ouvir as pessoas e fazer um apuramento da situação que se vive no Tejo, pois temos recebido muitas denúncias de poluição, baixos caudais, assoreamentos e outros problemas complexos, relativamente a uma situação que exige acompanhamento e iniciativa parlamentar para encontrar soluções”, disse o deputado comunista.
Na audição pública de hoje marcaram presença cerca de 50 populares, entre eles pescadores, agricultores, empresários e autarcas dos municípios ribeirinhos de Abrantes e Constância, tendo os problemas relatados abarcado situações tão diversas como a qualidade e a quantidade das águas do rio, a gestão dos caudais, a fruição e o lazer, o turismo e a economia, mas também a poluição e a alimentação, tendo um agricultor lembrado não “saber o que se come”, tendo falado do peixe, mas também dos animais que bebem água do Tejo e dos terrenos e produtos hortofrutícolas, regados com a água do mesmo rio.
Na sessão marcou presença o vereador do Ambiente da Câmara de Abrantes, Manuel Valamatos (PS), que pediu a palavra para elogiar a iniciativa do PCP e relatar algumas das preocupações da autarquia relativamente ao rio Tejo.
Abordagens, histórias e relatos que o deputado António Filipe foi registando no seu dossiê, tendo feito notar que “o problema do Tejo é para manter no topo da agenda política porque é um problema nacional que deve merecer a atenção dos órgãos de soberania”.
O deputado elogiou ainda a recente visita de quatro dias que a Comissão Parlamentar do Ambiente (CPA), efetuou aos territórios ribeirinhos, entre os dias 3 e 6 de abril, tendo referido ter sido “uma iniciativa de mérito porque permitiu aos deputados representados na CPA estar no terreno e só assim se consegue ter um melhor conhecimento dos problemas”.
C/LUSA
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