Ricardina Lourenço, vereadora da CDU, em substituição de Avelino Manana que pediu suspensão do mandato, apresentou na última reunião de câmara de Abrantes uma moção redigida pela CDU, contra a Central de Almaraz e que defende o seu encerramento, algo que o partido “acha importante que se aprove”. Maria do Céu Albuquerque informou que “sendo uma moção, não estando na ordem do dia, não pode ser votada hoje” devido a alteração à lei, pelo que a vereadora terá que a apresentar novamente na próxima reunião de câmara, onde será incluída na ordem do dia para votação.
“A utilização de energia nuclear tem gerado grandes polémicas pela dimensão e gravidade dos desastres que periodicamente acontecem, e pela longevidade e perigosidade dos resíduos produzidos”, introduz aquele documento, apresentado pela vereadora da CDU.
No texto referem-se ainda os acidentes nucleares de Chernobyl e Fukushima, salientando o partido “ser o tempo para procurar novas formas de produção de energia”.
A proximidade com Portugal e os efeitos nefastos que podem ser causados no rio Tejo são pontos também incluídos no documento. “A Central Nuclear de Almaraz, colocada apenas a 100 km da fronteira com Portugal, constitui um perigo iminente para as populações, para o território e para as águas do rio Tejo, que utiliza como elemento de refrigeração”, leu Ricardina Lourenço.
Pretende a bancada da CDU que a CM Abrantes aprove a moção para condenar “a intenção do governo espanhol de autorizar a instalação do armazém temporário de resíduos da Central Nuclear de Almaraz. Rejeita a instalação de qualquer nova central ou cemitério nuclear junto da fronteira portuguesa”, termina o documento.
A vereadora frisou ainda a proposta do partido em fazer chegar a moção às várias entidades, nomeadamente ao Presidente da República e à Assembleia da República.
A moção vai integrar a ordem de trabalhos da próxima reunião de câmara, que acontecerá no dia 7 de fevereiro, procedendo o executivo à sua votação.