A Agência para a Gestão integrada de Fogos Rurais (AGIF) divulgou um guia operacional para prevenir o risco de contágio por covid-19 entre os operacionais envolvidos na prevenção, vigilância e combate a incêndios. Em Abrantes, o comandante dos bombeiros locais, António Manuel Jesus, disse que as novas medidas implementadas passam pelo uso da máscara e/ou cógula em condução e no combate, pela rotatividade de operacionais, cuidados nas formaturas e distanciamento social nas camaratas e refeitório, entre outros procedimentos.
“São várias adaptações que temos de fazer [como medidas de prevenção à pandemia] desde logo nas viaturas com a máscara ou cógula de proteção, ao nível das formaturas, no distanciamento o reposicionamento de camas em camaratas [para cumprir dois metros de distância nas camaratas] , distanciamento social no refeitório e nas refeições e rotatividade operacional”, entre outras medidas, avançou à comunicação social, durante a apresentação do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR 2020) do município de Abrantes.
Mário Silvestre, Comandante Operacional Distrital (CDOS) de Santarém, presente na cerimónia, lembrou que “os tempos que aí vêm não são tempos fáceis. Mas não nunca o são”, notou, tendo referido que este ano há mais um fator a entrar em equação que é o covid-19.
No entanto, afirmou, “em nada isto irá fazer que o trabalho dos operacionais não seja do melhor”, tendo elogiado o trabalho e missão dos bombeiros, bem como das demais entidades ligadas ao DECIR, como sejam forças de segurança, proteção civil municipal, kits de primeira intervenção das juntas de freguesias – “que estão na linha da frente” – e sapadores florestais, entre outros.
Também usando a máscara de proteção, apesar da tarde quente que se fazia sentir em Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara Municipal, deixou uma palavra de alento e encorajamento para a época que se avizinha, tendo feito notar que a pandemia fez atrasar em alguns casos o processo de limpeza de terrenos e apelando à cidadania de todos, e que os proprietários colaborem fazendo a sua parte e procedam à limpeza dos seus terrenos.
O “guia operacional de higienização covid-19” integra um conjunto de recomendações com “práticas de prevenção e mitigação” da covid-19 e vai ser distribuído pelas entidades do Sistema de Gestão Integrado de Fogos Rurais (SGIFR) para minimizarem os impactos nas suas atividades.
Segundo a AGIF, este guia pretende contribuir para reduzir as condições de transmissão comunitária nas equipas operacionais de prevenção, vigilância e supressão de incêndios rurais e mitigar impactos, além de contribuir para procedimentos de manutenção de equipamentos e instalações.
Entre as recomendações está a forma como todos aqueles que estão na linha da frente do combate aos fogos devem utilizar o equipamento de proteção individual, que deve ser vestido em local destinado para o efeito e com capacidade para o lavar e desinfetar.
Os operacionais também devem garantir a desinfeção do material de trabalho sempre que acabem de o usar e que não misturam peças de equipamento ou uniforme com as dos colegas.
Os operacionais devem usar máscara sempre que seja necessário trabalhar em equipa com dois ou mais elementos e em espaços reduzidos, como o posto de comando operacional, sendo também aconselhado o distanciamento físico.
A AGIF desaconselha igualmente o ajuntamento de pessoal dentro e fora das instalações e que os operacionais evitem as formaturas, além de dar um conjunto de recomendações para a desinfeção de quartéis, bases de apoio logístico, centro de meios aéreos e centros de coordenação operacional e para uso dos veículos de combate.
De acordo com a AGIF, o guia segue as recomendações das autoridades de saúde portuguesa e internacionais e tem como finalidade a adoção de “princípios e regras comuns para preparar uma resposta estratégica adequada ao ajuste operacional, à melhor gestão das equipas e à partilha de linhas orientadoras que minimizem o impacto operacional”.
Para o presidente da AGIF, Tiago Oliveira, estas recomendações partilhadas por todas as entidades que participam na prevenção e supressão, pretendem reduzir a exposição à covid-19 e minimizar “impactos na operação”.
As recomendações fazem parte de um programa de mitigação dos efeitos da covid-19 no sistema de proteção das pessoas e da floresta contra incêndios rurais, que foi construído entre todas as entidades públicas que coordenam operacionalmente as atividades de prevenção, vigilância e supressão.
Os meios de combate aos incêndios florestais foram reforçados pela primeira vez este ano a 15 de maio, sendo este ano o grande desafio a pandemia de convid-19 em que é necessário conciliar a resposta aos fogos com a segurança sanitária.
Segundo a Diretiva Operacional Nacional (DON), que estabelece o DECIR para este ano, vão estar disponíveis, até 31 de maio, 8.402 operacionais que integram as 1.945 equipas e 1.968 viaturas dos vários agentes presentes no terreno, além dos meios aéreos, que serão no máximo 37.
Os meios de combate a incêndios voltam a ser reforçados em 01 de junho, mas é entre julho e setembro, conhecida pela fase mais crítica, o período que mobiliza o maior dispositivo, estando este ano ao dispor de 11.825 operacionais, 2.746 equipas, 2.654 veículos e 60 meios aéreos.
c/LUSA
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