Obras de requalificação do Convento de São Domingos revelaram achados arqueológicos. Foto: mediotejo.net

Achados históricos foram postos a descoberto em Abrantes no decorrer dos trabalhos de requalificação do Convento de S. Domingos para instalação do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte (MIAA), disse hoje ao mediotejo.net o vereador com o pelouro da Cultura, Luís Correia Dias.

“Na sequência de picagens das fachadas foram detetados 2 vãos com arcos em ogiva, que serão objeto de estudo com vista à sua integracão no museu, e, na sequência das sondagens nos pavimentos térreos, foram detetadas ossadas depositadas numa talha cerâmica de conservacão de alimentos, bem como um conjunto de possíveis deposicões funerárias”, revelou.

Segundo o vereador, “estes vestígios osteológicos serão levantados e analisados por antropólogo, conforme decorre do enquadramento legal”, tendo feito notar que os trabalhos em curso “nunca foram interrompidos”, estando a ser acompanhados de perto por técnicos da DGPC.

A requalificação do Convento de S. Domingos para instalação do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte (MIAA) arrancou no mês de janeiro. O contrato de empreitada da primeira fase da obra é de 3,1 milhões de euros, tem um prazo de execução de 910 dias e foi assinado no dia 25 de agosto de 2016 com a empresa Teixeira, Pinto & Soares, SA.

Obras de requalificação do Convento de São Domingos para instalação do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte (MIAA) de Abrantes vão prolonagar-se até maio de 2019. Foto: CM ABT

O contrato tem por objeto a recuperação, remodelação e ampliação do Convento de S. Domingos para a instalação do MIAA, um equipamento que vai ocupar todos os espaços disponíveis atuais do antigo convento para áreas de exposições, permanentes e temporárias, onde ficará parte da coleção de arqueologia e arte municipal, o espólio de pintura contemporânea da pintora Maria Lucília Moita e a coleção arqueológica Estrada, propriedade da Fundação Ernesto Lourenço Estrada, Filhos.

São cerca de cinco mil as peças que integram as coleções da Fundação Estrada de ourivesaria ibérica, armaria e arte sacra dos séculos XVI a XVIII, além de coleções de numismática, arquitetura romana, medieval e moderna, relógios de várias épocas e uma exposição de arqueologia e história local.

Vista parcial do futuro MIAA de Abrantes. Foto DR

A obra em curso decorre no centenário convento de S. Domingos e desenvolver-se-á em 2 pisos, sendo intervencionada uma área bruta de construção correspondente a 3.280 m2. No edifício que prolonga a ala norte do convento, e que se desenvolve num piso, será intervencionada uma área bruta de construção correspondente a 256 m2, e que servirá também para instalar os serviços indispensáveis ao funcionamento do Museu e Centro de investigação associado, da receção ao serviço educativo, uma área de armazém e diversas áreas técnicas.

O novo Museu Ibérico de Arqueologia e Arte, tem o projecto de arquitectura das instalações pelo Arquitecto Carrilho da Graça e o projecto museográfico pelo Professor Fernando António Batista Pereira.

A obra é apoiada em 85% com verbas dos fundos comunitários do Portugal 2020, no âmbito do PEDUA – Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano de Abrantes para a Regeneração Urbana.

Associado ao Museu Ibérico, o espaço vai ter um Centro de Investigação para “assegurar a continuidade do estudo das coleções” que ali serão expostas e que sirva de polo dinamizador de projetos de investigação e de parcerias com universidades, museus nacionais e estrangeiros.

A primeira fase de recuperação, remodelação e ampliação do Convento de S. Domingos deverá ficar concluída em 910 dias, cerca de dois anos e meio, ou seja, em maio de 2019, se não existirem interrupções de trabalhos.

Dentro deste contexto, a Câmara de Abrantes já havia anunciado um investimento de 1,5 milhões de euros na requalificação do Edifício Carneiro, imóvel próximo do castelo da cidade, para acolher o futuro Museu de Arte Contemporânea “Charters de Almeida”.

O escultor Charters de Almeida, 81 anos, doou ao município de Abrantes uma parte significativa da sua coleção, resultado de mais de meio século de atividade artística, e de que se destacam as obras em grande escala, conhecidas por “Cidades Imaginárias”, que chegam a atingir os 40 metros de altura.

A experiência de trabalho nas rádios locais despertaram-no para a importância do exercício de um jornalismo de proximidade, qual espírito irrequieto que se apazigua ao dar voz às histórias das gentes, a dar conta dos seus receios e derrotas, mas também das suas alegrias e vitórias. A vida tem outro sentido a ver e a perguntar, a querer saber, ouvir e informar, levando o microfone até ao último habitante da aldeia que resiste.

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