É um avistamento raro, de uma espécie que desapareceu totalmente do nosso país entre 1970 e 2010. O retorno da maior ave de rapina da Europa aos céus portugueses é fruto de um grande esforço conjunto de organizações de conservação da natureza, mas existirão pouco mais de uma dezena de casais em reprodução atualmente, sobretudo no Alto Alentejo.
Paulo Alves, ilustrador e observador de aves, captou o momento em que um juvenil de abutre-preto (Aegypius monachus) voou sobre a lezíria de Alvega, no concelho de Abrantes, no passado dia 1 de abril.
Nos guias da especialidade é classificado como “muito raro” e em Portugal tem o estatuto de “criticamente em perigo”. A sua presença no mundo é muito pequena, restando apenas cerca de 1000 casais na Europa, a maioria em Espanha. A sua maior ameaça é o Homem, quer pela destruição das suas zonas de habitat, quer pelo envenenamento.
Segundo o Guia de Aves de Portugal e Europa (Ed. Assírio & Alvim), “reproduz-se tanto em montanhas áridas e virgens como em grandes florestas em terras baixas com colinas e afloramentos rochosos”, nidifica “em árvores, em grandes ninhos feitos de ramos e pequenos galhos” e alimenta-se sobretudo de carniça (carcassas de animais mortos).
Distingue-se do Grifo por ser maior e por ter a cabeça escura (castanha nos juvenis e preta nos adultos), quando a do Grifo é branca, ou muito clara, e por ter a cobertura das asas toda preta (ou muito escura), enquanto o Grifo apresenta tonalidades de castanho-claro.
Sou diretora do jornal mediotejo.net e da revista Ponto, e diretora editorial da Médio Tejo Edições / Origami Livros. Sou jornalista profissional desde 1995 e tenho a felicidade de ter corrido mundo a fazer o que mais gosto, testemunhando momentos cruciais da história mundial. Fui grande-repórter da revista Visão e algumas da reportagens que escrevi foram premiadas a nível nacional e internacional. Mas a maior recompensa desta profissão será sempre a promessa contida em cada texto: a possibilidade de questionar, inquietar, surpreender, emocionar e, quem sabe, fazer a diferença. Cresci no Tramagal, terra onde aprendi as primeiras letras e os valores da fraternidade e da liberdade. Mantenho-me apaixonada pelo processo de descoberta, investigação e escrita de uma boa história. Gosto de plantar árvores e flores, sou mãe a dobrar e escrevi quatro livros.